Prefeitura de Belém consegue mais uma vez se superar em matéria de contradições. Desta vez, está licitando uma empresa especializada em tecnologia da informação para atender a Secretaria de Finanças, a Sefin, mas exige no edital que a tecnologia seja, no mínimo, do século passado. Pelo edital, a Secretaria deve contratar uma empresa com solução para acesso apenas por computador, sendo que um dos princípios da transformação digital é utilizar a tecnologia mobile web, usável também em aplicativos nos smartphones.
A sessão pública da licitação,
marcada para o último dia 12 para aproveitar todas as distrações oferecidas
pelo aniversário de Belém, pela lei de mercado já está sendo alvo de recursos
na Justiça, por empresas que se sentem prejudicadas na concorrência, justamente
por não disporem mais de tecnologias tão obsoletas quanto às exigidas pela
Comissão de Licitação da prefeitura, que deveria focar justamente na solução da
questão falta de soluções tecnológicas da fiscalização tributária.
Descrição pomposa, mas...
No edital do pregão eletrônico SRP
Nº 91/2023, a descrição do serviço licitado é pomposa. Busca-se, nela, contratar
serviços de “fornecimento de licença de uso de sistemas de apoio à fiscalização
tributária, incluindo os serviços de customização, implantação e migração de
dados, treinamentos e manutenção e suporte técnico”. Porém, quando a descrição
segue para as condições de prestação dos serviços, percebe-se que há um
direcionamento para que empresas apresentem soluções ultrapassadas no Brasil, e
não responsivas por aplicativos que possam ser abrigados nas principais
lojas online, como Google Play e App Store, e sejam de lá querem
forem acessadas.
A passos de cágado
A Prefeitura de Belém poderia
aproveitar esse processo licitatório para resolver problemas históricos e
arrecadar mais, segundo explica fonte especializada da coluna, segundo a qual
Belém continua registrando o pior tempo médio para licenciamento e abertura de
empresas entre as capitais brasileiras, medido em 2023 em 77,7 horas. O tempo
de resposta da prefeitura para consulta de viabilidade econômica para abrir um
negócio é de 76,2 horas, segundo dados do site da RedeSIM, do governo federal.
No entanto, como se corresse tudo
às mil maravilhas, o edital não especifica uma linha para resolver esse
problema. “Já há no Brasil, e também no Pará, tecnologias que permitem que esse
tempo chegue a 6 horas, e em breve será cada vez menor, podendo até ser
automático para vários tipos de Classificação Nacional das Atividades
Econômicas. Adquirir tecnologias modernas e com acesso remoto poderia colocar
Belém na ponta do ranking nacional”, observa a fonte, ressaltando a importância
para arrecadação municipal, o quanto antes, de desburocratizar o ambiente de
negócios e solucionar os problemas do cadastro mobiliário, que deveria
especificar a atualização em tempo real com a Receita Federal do Brasil, por
exemplo.
Apelos por reconsideração
Além de judicializar ações contra
a Prefeitura de Belém, algumas empresas também estão denunciando a situação ao
Tribunal de Contas dos Municípios do Pará (TCM-PA), pedindo o cancelamento da
licitação em andamento, com a republicação do edital incluindo ajustes e
especificações que possam trazer mais benefícios e uma real eficiência aos
serviços aos servidores públicos, tanto do lado das empresas contribuintes
quando do cidadão pessoa física.
Um representante da área jurídica
de uma das empresas afirma que, como está, o edital é um desperdício de
recursos públicos. “O edital especificou uma tecnologia ultrapassada, pois não
permite acesso dos serviços digitais pelo celular, por exemplo. Da nossa parte,
a empresa que represento investiu muito para desenvolver soluções neste
formato, ou seja, utilizando tecnologias mais modernas, todas mobile,
via aplicativo, e estamos assistindo a Prefeitura de Belém optar por
tecnologias atrasadas, abrindo amplo campo para empresas de fora, que não geram
empregos e desenvolvimento”, afirmou.
Papo Reto
A “engenharia” da
Prefeitura de Belém, executada pela Secretaria de Saneamento - ou seja lá quem
tenha sido -, pariu um rato: instalou uma placa de sinalização no meio da
calçada em plana Doca e virou alvo das redes sociais.
Convenhamos, as novas
ideias introduzidas pela gestão do prefeito Edmilson Rodrigues (foto) na
capital paraense superam até as regras de urbanidade.
O barulhento
silêncio da grande imprensa nacional chega às raias do absurdo. Apenas o jornal
americano “Financial Times” teve a coragem de revelar os números da dengue no
Brasil: mais de 5 milhões de contaminados e 1.094 mortes.
Os riscos da
cirurgia de mudança da cor dos olhos, indicada para pacientes com cegueira
permanente ou baixa visão extrema, para recuperar a aparência de um olho
normal, também podem causar lesões na córnea e infecções graves, dizem médicos.
O ministro Fernando
Haddad irá hoje ao presidente da Câmara, Rodrigo Pacheco, para tentar “achar um
jeito" de evitar a devolução da Medida Provisória da reoneração.
O TJ do Rio de
Janeiro mandou varrer da internet o vídeo de Felipe Brandão, filho do ministro
Benedito Gonçalves, do STJ, ostentando roupas e acessórios de grife avaliados
em mais de R$ 1 milhão.
O Instituto
Butantan já tem um teste que detecta a leptospirose no seu estágio inicial,
capaz de identificar a doença em mais de 70% dos pacientes com resultado
falso negativo.
Goiás vai ganhar
uma rodovia considerada uma das mais modernas do mundo, dotada de pavimento
rígido e muito presente em países como Estados Unidos, China e Europa.
O presidente
Lula fará nesta semana uma volta ao passado, por assim dizer, em visita a
Estados do Nordeste.
O presidente
oficialmente a refinaria de Abreu Lima, em Pernambuco, considerada um dos
maiores símbolos do mau uso do dinheiro público e da corrupção no mundo.
O projeto custaria cerca de 2,5 bilhões de
dólares. Em 2014, porém, quando o rombo causado pelas empreiteiras e pelos
diretores da estatal indicados pelo PT veio à tona, o custo da refinaria saltou
para 18,5 bilhões, oito vezes o valor original.