Belém, PA - Duas cidades paraenses, Barcarena e Abaetetuba, estão entre os 13 municípios brasileiros de pequeno e médio portes signatários do Pacto Global de Prefeitos pelo Clima e a Energia (GCoM), que une mais de 13 mil cidades ao redor do mundo comprometidas voluntariamente com o enfrentamento às mudanças climáticas.
Essas cidades avançaram no enfrentamento às mudanças climáticas por meio da construção de seus Inventários Municipais de Emissões de Gases de Efeito Estufa. Com base em indicadores e dados científicos, esses inventários permitem que os governos locais compreendam melhor as emissões de diferentes setores e planejem ações climáticas mais precisas.
A partir desses estudos, foi possível mapear que, em Barcarena, o uso de óleo combustível pelo distrito industrial, somado ao seu consumo da rede elétrica, corresponde a 97% das emissões, o que evidencia o forte impacto do setor produtivo para o clima e aponta para a importância da transição energética já iniciada no distrito industrial do município.
Já em Abaetetuba, os resíduos sólidos urbanos são os principais responsáveis pelas emissões de Gases de Efeito Estufa, somando 47% do total, o que está relacionado principalmente com o crescimento populacional e com as dificuldades de acesso aos serviços de saneamento.
Este trabalho é resultado de uma mentoria organizada pelo Instituto Alziras, Associação Brasileira de Municípios, Frente Nacional de Prefeitas e Prefeitos e ICLEI, com financiamento da União Europeia e apoio técnico do Instituto Nosso Clima. Além dos municípios paraenses, também são signatárias as cidades de Brasiléia (AC), Cáceres (MT), Carinhanha (BA), Cordeirópolis (SP), Formoso do Araguaia (TO), Francisco Morato (SP), Indiaroba (SE), São Cristóvão (SE), Jandaíra (RN), Sirinhaém (PE) e Sobral (CE).
Proporção
Segundo a plataforma Sistema de Estimativa de Emissão de Gases - SEEG Municípios, 88% das emissões das cidades brasileiras ocorrem em cidades com até 100 mil habitantes, destacando a importância do engajamento dessas localidades na luta contra a crise climática.
As equipes municipais receberam capacitação gratuita para coletar dados climáticos, utilizar ferramentas de transparência e monitorar indicadores de forma autônoma, sem a necessidade de consultoria externa. Isso permite que os recursos municipais sejam direcionados para ações prioritárias de implementação de políticas climáticas.
A mentoria fortaleceu as capacidades institucionais e promoveu a troca de experiências entre as cidades participantes, consolidando uma rede colaborativa. A iniciativa também deu visibilidade ao trabalho das prefeituras e incentivou o engajamento das equipes na agenda global do clima, formando novos líderes climáticos.
Foto: Agência Pará