Lançamento

Bagaceira, novo álbum de Dona Onete, celebra o interior paraense

Dona Onete permanece a todo vapor, criando e compondo sobre a riqueza da cultura do Pará

19/06/2024 11:30
Bagaceira, novo álbum de Dona Onete, celebra o interior paraense

A rainha do Carimbó Chamegado está em festa. Nesta terça-feira (17), a cantora paraense Dona Onete comemora 85 anos lançando um disco que celebra as festas do interior paraense e a diversidade musical do norte amazônico. O quarto álbum da carreira chama “Bagaceira”.


Com mais de 300 canções próprias, Dona Onete permanece a todo vapor, criando e compondo sobre a riqueza da cultura do Pará.

 

Na origem dos ritmos que movem a sua música tem brega, carimbó, lambada e até banguê. Banguê, para quem não conhece, é um ritmo musical criado por negros escravizados no Marajó, ilha onde dona Onete nasceu, na cidade de Cachoeira do Arari, em 1939.

 

Considerada uma das vozes mais representativas da música amazônica, Dona Onete não só escreveu as dez composições do novo álbum, como também assina a direção musical do repertório.

 

Ela mesma fala sobre a alegria e a satisfação de cantar e contar as riquezas da sua terra, através de diversos gêneros musicais.

 

“Eu tô muito feliz porque, novamente, eu falo das nossas coisas aqui do Pará. Novamente, eu vou seguir aquilo que o meu coração manda. Bagaceira é o fim de uma festa. Viralizou, no Ver-o-Peso chegou, povo se misturou e foi um enorme tititi. Era um falatório, um zumzumzum. Toca brega, toca lambada, toca carimbó”.

 

O curioso é que Ionete da Silveira Gama, nome de batismo, só virou a cantora dona Onete, em 2012, quando já estava com mais de setenta anos. Antes de fazer sucesso com o primeiro álbum, ela era professora de história, no município de Igarapé-Miri, no interior do Pará.

 

Para o músico Manoel Cordeiro, um dos principais mestres da guitarrada paraense, Dona Onete é patrimônio da música amazônica e brasileira.

 

“Falar da dona Onete é sempre algo que me emociona. Uma legitima expressão da cultura da Amazônia. Uma guardiã da nossa cultura, que eu tenho muito orgulho de sermos amigos. A dona Onete é exemplo de vida, de artista, de amazoniedade... lendas, mitos e contemporânea ao mesmo tempo. Eu acho fantástico isso”.

 

A forte musicalidade de Dona Onete traz para a música do nosso país o tremor do jambu, os sons e cheiros do Mercado Ver-o-Peso, de Belém, e as festas populares do interior do Pará.

O novo álbum, Bagaceira, fica disponível a partir de amanhã nas principais plataformas digitais.

 

Fonte: Rádio Agência

Foto: Renato Reis/ Divulgação

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