Números de países confirmados variam de 61 a 140, mas falta palavra final da ONU Saúde básica tropeça em sujeira em Belém e atendimento vira um "Deus nos acuda" Ponte frágil desafia estudantes, enquanto os políticos ensaiam promessas e lixo
EM BELÉM

Saúde básica tropeça em sujeira em Belém e atendimento vira um "Deus nos acuda"

Limpeza precária, falta de materiais e funcionários terceirizados atrasam serviços nas unidades básicas de saúde da capital.

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  • 15/09/2025, 08:00
Saúde básica tropeça em sujeira em Belém e atendimento vira um
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os bastidores da saúde pública de Belém, servidores trocam mensagens em grupos de WhatsApp que mais parecem murais de reclamações. Entre emojis cansados e alertas sobre protocolos, surge um cenário em que problemas aparentemente simples viram pedras no sapato da população - e da própria gestão municipal.

 

Portal da Transparência exibe o “esquadrão” da limpeza das unidades de saúde, mas a realidade em prints de grupos de funcionários da prefeitura/Fotos: Divulgação.

Até curativo é desafio

Na UBS Benguí 2, pacientes com pé diabético buscam curativos e recebem, no máximo, um “volte outro dia”. Nas unidades do Telégrafo e de Fátima, a situação não é melhor: curativos suspensos, usuários impacientes e equipes tentando explicar o inexplicável. Soluções? Só no campo das promessas.

 Varre, mas não limpa

A precariedade na limpeza reina soberana. Há postos onde apenas um funcionário da empresa terceirizada se desdobra para dar conta da higienização. Nem só de poeira vivem as UBS. No Guamá, a falta de água interditou salas de vacina e curativos, segundo mensagens de gestores. A empresa responsável, 3i Comércio e Serviços de Manutenção, parece ter adotado o método “esperar chover” para resolver o problema.

Vassoura para Mosqueiro

Na UBS Carananduba, em Mosqueiro, o atendimento é 24 horas - mas a limpeza, nem tanto. Um funcionário terceirizado cumpre horário até as 17h. À noite, chega outro, vindo exausto de outra unidade. Servidores pedem, ao menos, quatro pessoas para revezar. Até agora, nada.

Vacina depende do rodo

A UMS da Sacramenta viu salas de vacina, curativo, odontologia e PCCU fechadas por… falta de limpeza. No ritmo atual, não demora para que a população precise levar o balde e a vassoura junto com o cartão do SUS.

Enquanto pacientes esperam atendimento, profissionais tentam equilibrar demandas e escassez. O maior vilão é a falta de pessoal terceirizado, principalmente para a limpeza. Sem reforço urgente, a saúde básica de Belém continuará tropeçando - e a sujeira seguirá acumulando mais rápido que as soluções.

Papo Reto

O já famoso Hotel COP30 (foto), na Primeiro de Março, Centro de Belém, foi protagonista ontem nas páginas do jornalão americano “The New York Times”, com direito a foto de Anderson Coelho para a Agência France Press-Getty Images.

•Meio que enxugando gelo, a Polícia Federal apreendeu mais quase 100 quilos de cocaína em navio no Porto de Vila do Conde, Barcarena.

A droga estava oculta, acredite, na caixa de mar - uma abertura feita no casco abaixo da linha de flutuação, destinada ao suprimento de água do mar para resfriamento de motores, alimentação do sistema de combate a incêndio e também para descarregar água de sistemas diversos -, da embarcação, cujo destino seria o Oriente Médio.

•Já "subiu" para a Comissão de Previdência, Assistência Social, Infância, Adolescência e Família da Câmara, proposta do deputado federal Ruy Carneiro, do Podemos da Paraíba, propondo o "desmame gradual" do Bolsa Família, como forma de incentivar a formalização.

Caso seja aprovado, o projeto prevê que o benefício seja reduzido em 20% a cada ano após sua contratação, até ser totalmente extinto no quinto ano. 

•“Careca do INSS" decidiu prestar depoimento na CPMI, hoje, mesmo tendo sido desobrigado pelo Supremo Tribunal Federal.

O presidente da Comissão, senador Carlos Viana, disse que vai "recorrer da decisão suprema". Recorrer a quem, cara pálida?

Mais matérias OLAVO DUTRA

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Olavo Dutra

Jornalista, natural de Belterra, oeste do Pará, com 48 anos de profissão e passagens pelos jornais A Província do Pará, Diário do Pará e O Liberal.