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No Pará

Quase a metade da população depende de programas sociais para sobreviver

Mais de 3,5 milhões de paraenses estão cadastrados no CadÚnico; gastos superam R$ 500 bilhões anuais

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  • 18/09/2025, 17:30
Quase a metade da população depende de programas sociais para sobreviver
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m Estado dependente de auxílio social. No Pará, dos 8,1 milhões de habitantes, mais de 3,5 milhões estão cadastrados no Cadastro Único (CadÚnico), representando cerca de 43% da população estadual. Esses dados denunciam a alta dependência da população dos programas sociais do governo federal, como o Bolsa Família.

 

Ano passado, taxa de informalidade no Estado bateu a casa dos 57,6%, a maior do País, segundo dados do IBGE/Fotos: Divulgação.

O gasto com benefícios sociais no Brasil ultrapassa R$ 500 bilhões por ano, conforme estimativas do Tesouro Nacional. No Pará, esse montante reflete-se em investimentos significativos em assistência social, mas também levanta questões sobre a sustentabilidade fiscal e a eficácia dessas políticas a longo prazo.

Desafios estruturais

Apesar dos investimentos em programas sociais, o mercado de trabalho no Pará apresenta desafios estruturais. A taxa de informalidade no Estado é alarmante: em 2024, o Pará registrou a maior taxa de informalidade do País, com 57,6%, bem acima da média nacional de 39,0%, segundo dados do IBGE. Isso significa que mais da metade dos trabalhadores no Estado estão em empregos sem carteira assinada, sem acesso a direitos trabalhistas e com renda instável.

Além disso, o rendimento domiciliar per capita é significativamente inferior à média nacional. Em 2024, o rendimento médio mensal real domiciliar per capita no Estado foi de R$ 1.314, enquanto a média nacional foi de R$ 2.069, disparidade que reflete as dificuldades econômicas enfrentadas pela população e a escassez de empregos formais bem remunerados.

Armadilha de dependência

A alta dependência dos programas sociais no Pará levanta o debate sobre a eficácia dessas políticas. Por um lado, os programas são essenciais para garantir a sobrevivência de milhões de paraenses em situação de vulnerabilidade. Por outro, há críticas sobre a criação de uma "armadilha de dependência", onde a população permanece dependente do Estado sem perspectivas de autonomia econômica.

Especialistas apontam que, para romper esse ciclo, é necessário investir em políticas públicas que promovam a inclusão produtiva, como capacitação profissional, incentivo ao empreendedorismo e geração de empregos formais. Apenas assim será possível reduzir a dependência dos programas sociais e promover a autonomia dos cidadãos.

O fato é que o Estado enfrenta um desafio complexo - equilibrar a necessidade de assistência social com a promoção da autonomia econômica de sua população. A dependência dos programas sociais é um reflexo das desigualdades estruturais, e a busca por soluções eficazes requer um olhar atento às especificidades regionais e um compromisso com políticas públicas que promovam a inclusão e a justiça social.

Papo Reto

O ex-deputado federal Wladimir Costa (foto) ganhou uma nova chance de ir do inferno ao céu, traçando um caminho inverso do conhecido ditado. 

•Wlad, que cumpria prisão domiciliar, teve a prisão revogada pelo TRE no último dia 12, abrindo caminho para uma possível candidatura no ano que vem.

Pouca gente sabe, mas, lá pelos inícios dos anos 1980, o galã Robert Redford, que morreu esta semana, teve um breve romance com a brasileira Sônia Braga. 

•Os dois se conheceram em Hollywood, nas gravações de “Rebelião em Milagro”, filme dirigido por Redford e que contou com o talento da atriz brasileira no elenco.

O Brasil reciclou 97,3% das latas de alumínio para bebidas em 2024, de acordo com a Associação Brasileira da Lata de Alumínio, Abralatas. 

•Nos últimos 10 anos, o sistema brasileiro, um dos mais eficientes do mundo no setor, evitou a emissão de mais de 18 milhões de toneladas de gases de efeito estufa e poupou a extração de 17 milhões de toneladas de bauxita. 

O Coral Matamba, primeiro coro afro do Pará, apresenta neste sábado, 20 de setembro, o projeto “A Voz Nascida do Vento, Circulando Axé”, no Pontão de Cultura Ninho do Colibri, na Ilha de Outeiro, em Belém.

•A programação gratuita oferecerá à comunidade uma tarde de imersão no canto afro, reunindo oficina e apresentação artística. 

Às 14h30, acontece a Oficina de Canto Coral Afro, com inscrições mediante a doação de 1kg de alimento não perecível e emissão de certificado. 

•Em seguida, às 17h30, o público poderá prestigiar a apresentação do Coral Matamba, celebrando ancestralidade, axé e a força da cultura afro-amazônica.

Mais matérias OLAVO DUTRA

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Olavo Dutra

Jornalista, natural de Belterra, oeste do Pará, com 48 anos de profissão e passagens pelos jornais A Província do Pará, Diário do Pará e O Liberal.