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Operador da Al-Qaeda procurado pelo FBI lavou dinheiro para o Comando Vermelho

A influenciadora Vivi Noronha, mulher do MC Poze do Rodo, é alvo nesta terça-feira (3) de uma operação da Polícia Civil do RJ contra a lavagem de dinheiro da cúpula do Comando Vermelho

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  • 03/06/2025, 11:30
Operador da Al-Qaeda procurado pelo FBI lavou dinheiro para o Comando Vermelho

A Polícia Civil do RJ descobriu que um homem procurado pelo FBI e apontado como operador do grupo terrorista Al-Qaeda lavou dinheiro para o Comando Vermelho.

Mohamed Ahmed Elsayed Ahmed Ibrahim é um dos investigados no inquérito que levou à operação desta terça-feira (3), em que mandados de busca e apreensão foram cumpridos no Rio de Janeiro e em São Paulo. Um dos alvos foi Vivi Noronha, mulher do MC Poze do Rodo. Mohamed não é alvo desta operação.

Segundo as investigações, Mohamed é um indivíduo “com relevante histórico no sistema financeiro informal vinculado ao Comando Vermelho” e “procurado pelo FBI por suspeita de atuar como agente facilitador de operações financeiras em nome da Al-Qaeda”.

O FBI (Federal Bureau of Investigation) é a principal agência federal de investigação dos Estados Unidos. Fundado em 1908, o órgão atua como polícia federal e serviço de inteligência interna, com foco no combate a crimes como terrorismo, espionagem, cibercrime, corrupção, tráfico de drogas e crime organizado.

A Al-Qaeda é uma organização terrorista islamista fundada por Osama bin Laden no fim dos anos 1980, responsável pelos atentados de 11 de setembro de 2001 nos Estados Unidos.

Após a morte de Bin Laden em 2011, o grupo perdeu força, mas continua ativo por meio de afiliados em regiões como o Iêmen, o Sahel africano e o sul da Ásia. Atualmente, a Al-Qaeda atua de forma descentralizada, com células que exploram conflitos locais e disputam influência com rivais como o Estado Islâmico, mantendo-se uma ameaça à segurança internacional, ainda que menos proeminente do que nas décadas anteriores.

Esta reportagem está em atualização.

A operação

A influenciadora Vivi Noronha, mulher do MC Poze do Rodo, é alvo nesta terça-feira (3) de uma operação da Polícia Civil do RJ contra a lavagem de dinheiro da cúpula do Comando Vermelho (CV). O esquema investigado era operado pelo traficante Fhillip da Silva Gregório, o Professor, morto no domingo (1º) — entenda como Professor lavava dinheiro e por que Vivi é alvo mais abaixo.

A polícia afirma que essa engrenagem movimentou R$ 250 milhões. Policiais civis das delegacias de Roubos e Furtos (DRF) e de Repressão a Entorpecentes (DRE), além do Departamento-Geral de Combate à Corrupção, ao Crime Organizado e à Lavagem de Dinheiro (DGCOR-LD), foram cumprir mandados de busca em endereços no Rio de Janeiro e em São Paulo.

A Justiça também expediu ordens de bloqueio e indisponibilidade de bens e valores de 35 contas bancárias.

1 de 3 Vivi Noronha, mulher de Poze do Rodo, é alvo de operação contra lavagem de dinheiro da cúpula do Comando Vermelho — Foto: Reprodução/ TV Globo

Vivi Noronha, mulher de Poze do Rodo, é alvo de operação contra lavagem de dinheiro da cúpula do Comando Vermelho — Foto: Reprodução/ TV Globo

Contexto

Esta investigação não tem relação direta com o inquérito que levou Poze à cadeia. O MC foi preso na quinta-feira passada (29) por apologia ao crime e por envolvimento com o tráfico de drogas. Nesta segunda-feira (2), a Justiça mandou soltá-lo — mas, até a última atualização desta reportagem, o cantor ainda estava encarcerado.

a morte de Professor inicialmente não tem a ver com a lavagem de dinheiro do CV. A principal hipótese é que o traficante tirou a própria vida após uma briga com a amante.

Por que Vivi é alvo?

Agentes da Delegacia de Roubos e Furtos (DRF) e da Delegacia de Repressão a Entorpecentes (DRE) foram ao condomínio onde o cantor mora com Vivi, no Recreio dos Bandeirantes, na Zona Oeste do Rio de Janeiro, a fim de cumprir um mandado de busca

O Conselho de Controle de Atividades Financeira (Coaf) identificou depósitos nas contas pessoal e empresarial de Vivi oriundos de supostos laranjas de Professor.

De acordo com o Coaf, Vivi recebeu quase R$ 1 milhão de pessoas investigadas como laranjas do Professor. Foram 2 transferências:

R$ 858 mil para a conta da empresa de Vivi;

R$ 40 mil para a conta pessoal.

“Ela [Vivi] e sua empresa figuram como beneficiárias diretas de recursos oriundos da facção Comando Vermelho, recebidos por meio de pessoas interpostas (“laranjas”) com o objetivo de ocultar a origem ilícita do dinheiro”, afirmou a polícia.

“As análises financeiras apontam que valores provenientes do tráfico de drogas e de operadores da lavagem de capitais da facção foram canalizados para contas bancárias ligadas à mulher, que passou a ser um dos focos centrais do inquérito”, prosseguiu.

“A posição dela na estrutura criminosa é simbólica, pois representa o elo entre o tráfico e o universo do consumo digital, conferindo aparente legitimidade a valores oriundos do crime organizado e ampliando o alcance da narcocultura nas redes sociais.”

Como era o esquema do Professor?

Segundo as investigações, Fhillip da Silva Gregório, o Professor, montou uma extensa rede de laranjas e de empresas de fachada e depositava nessas contas o dinheiro obtido com o tráfico.

Em uma série de transferências, as quantias chegavam a intermediários em Ponta Porã (MS) para a compra de armas e drogas para o Comando Vermelho.

A polícia diz que a morte de Professor não compromete o andamento do inquérito nem interfere nas medidas judiciais em curso. “Mesmo com sua morte, permanece clara sua importância dentro do esquema, sobretudo na consolidação da cultura do tráfico e na estruturação de empresas de fachada para dar aparência de legalidade ao dinheiro sujo”, afirmou a polícia.

Fonte: G1

Foto:  Reprodução/ TV Globo

 

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Olavo Dutra

Jornalista, natural de Belterra, oeste do Pará, com 48 anos de profissão e passagens pelos jornais A Província do Pará, Diário do Pará e O Liberal.