Mulheres terão mais proteção em casos de destruição de bens em relações abusivas Bolsa Família recua e atinge menor número de beneficiários no governo de Lula A "João de Deus da Antropologia" e a UFPA elitista e xenofóbica, afirma advogada indígena
Lei Maria da Penha

Mulheres terão mais proteção em casos de destruição de bens em relações abusivas

Processamento judicial poderá ocorrer mesmo sem a iniciativa da mulher, desde que o dano esteja inserido no contexto de violência doméstica.

  • 120 Visualizações
  • Da Redação | Coluna Olavo Dutra
  • 22/10/2025, 17:00
Mulheres terão mais proteção em casos de destruição de bens em relações abusivas
A


Comissão de Constituição e Justiça do Senado Federal aprovou, em decisão terminativa, o Projeto de Lei 295/2024, de autoria do senador Zequinha Marinho, do Podemos, que altera o Código Penal para permitir que crimes de dano patrimonial cometidos no contexto de violência doméstica contra mulheres sejam processados por ação penal pública, independentemente de denúncia da vítima.

Autor da proposta, senador Zequinha Marinho diz que projeto busca garantir maior efetividade na proteção das vítimas, ampliando o alcance da legislação/Fotos: Divulgação.
A proposta representa um avanço significativo na proteção das mulheres contra formas menos visíveis de violência doméstica, como a violência patrimonial - que inclui a destruição de objetos pessoais, instrumentos de trabalho, documentos e bens essenciais à subsistência da vítima.

O que muda

Atualmente, o crime de dano, previsto no artigo 163 do Código Penal, só é apurado mediante queixa da vítima, salvo em casos que envolvam violência física, grave ameaça ou uso de substâncias inflamáveis ou explosivas. Com a aprovação do projeto, o processamento judicial poderá ocorrer mesmo sem a iniciativa da mulher, desde que o dano esteja inserido no contexto de violência doméstica.

“O ciúme excessivo, o controle financeiro e a destruição de bens são formas de agressão que muitas vezes passam despercebidas, mas causam prejuízos profundos à autonomia e à dignidade da mulher”, afirmou o senador Zequinha Marinho durante a sessão. Ele destacou que o projeto busca garantir maior efetividade na proteção das vítimas, ampliando o alcance da Lei Maria da Penha (Lei nº 11.340/2006).

A relatora do projeto na CCJ, senadora Soraya Thronicke, do Podemos, destaca “que, em muitos casos, a vítima de violência doméstica se sente intimidada em oferecer a queixa à justiça criminal, de modo que é mais apropriado que, nestes casos, seja do Ministério Público a iniciativa da ação penal”. A proposta segue agora para análise da Câmara dos Deputados.

Papo Reto

Lula (foto) embarcou hoje para a Ásia, onde pode se reunir com Trump durante a cúpula da Asean, na Malásia.

•O Iphan abriu consulta pública para que a sociedade possa se manifestar sobre a proposta de registro do Ofício de Tacacazeira como Patrimônio Cultural do Brasil.

Até 19 de novembro de 2025, qualquer pessoa pode enviar sua opinião, sugestões ou informações sobre esse tradicional saber amazônico. 

•Leitor da coluna, o professor Daniel Vicente de Paiva protesta contra o que chama de "omissão do governo em relação ao caos reinante no Terminal rodoviário de Belém, onde a administração da Sinart só pensa em vender e espalhar publicidade, além de abarrotar os corredores com quiosques vendendo de tudo, num desserviço ao conforto do usuário".

Numa clara demonstração de que não se entende nem com a própria base parlamentar, o governo promete mandar novo projeto de lei ao Congresso para taxar bets e fintechs, que acabou removida do projeto original por força de lobby.

•Ora viva! Deputados aprovaram urgência para proibir cobrança de bagagem de mão em voos comerciais nacionais.

Agora, a matéria poderá ser votada diretamente no Plenário, sem necessidade de análise prévia pelas comissões temáticas da Casa. 

•Nos últimos anos, o STF tem assumido papel cada vez mais central no controle das leis aprovadas pelo Congresso por meio de ações diretas de inconstitucionalidade.

O movimento reacende o debate sobre os limites entre interpretar e substituir a vontade do Legislativo - um equilíbrio delicado entre poder, política e Constituição. 

•Ministro Luiz Fux pediu a devolução de seu voto no julgamento que condenou Jair Bolsonaro por tentativa de golpe de Estado para fazer ajustes gramaticais, o que deve adiar a publicação do acórdão. No Supremo, até a vírgula pede vista.

Mais matérias OLAVO DUTRA

img
Olavo Dutra

Jornalista, natural de Belterra, oeste do Pará, com 48 anos de profissão e passagens pelos jornais A Província do Pará, Diário do Pará e O Liberal.