Diversos alvos estratégicos foram atingidos, incluindo a unidade de enriquecimento de urânio em Natanz
Na madrugada desta sexta-feira, 13 (horário local, noite de quinta-feira, 12, no Brasil), Israel lançou uma série de ataques aéreos contra o Irã, em uma ofensiva batizada de "Nação de Leões". O objetivo, segundo o primeiro-ministro Benjamin Netanyahu, foi atingir a infraestrutura nuclear e militar iraniana, numa tentativa de reverter o que chamou de "ameaça iraniana à própria sobrevivência de Israel".
Durante a operação, diversos alvos estratégicos foram atingidos, incluindo a unidade de enriquecimento de urânio em Natanz, cuja destruição foi confirmada pela Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA). O chefe da AIEA, Mariano Grossi, declarou estar "monitorando de perto a profundamente preocupante situação no Irã" e confirmou contato com autoridades iranianas e inspetores da agência no país.
O ataque resultou na morte de figuras-chave do aparato militar iraniano. Entre as vítimas estão Hossein Salami, chefe da Guarda Revolucionária; o Major-general Mohammad Bagheri, chefe do Estado-Maior das Forças Armadas; o general Gholamali Rashid, vice-comandante das Forças Armadas; além de seis cientistas nucleares identificados como Abdolhamid Minouchehr, Ahmadreza Zolfaghari, Amirhossein Feqhi, Motalleblizadeh, Mohammad Mehdi Tehranchi e Fereydoun Abbasi, segundo a agência iraniana Tasnim.
O governo israelense declarou estado de emergência e fechou seu espaço aéreo por precaução diante de possíveis retaliações. Simultaneamente, Jordânia e Iraque também fecharam seus espaços aéreos em resposta ao bombardeio.
O Ministério das Relações Exteriores do Irã afirmou, em comunicado, que a ação israelense foi realizada com a "coordenação e autorização" dos Estados Unidos. Em contrapartida, o secretário de Estado americano, Marco Rubio, negou qualquer envolvimento direto dos EUA e alertou o Irã a não atacar alvos americanos.
O ataque ocorre após meses de crescente tensão regional. Desde o ataque do Hamas a Israel em 7 de outubro de 2023 — que deu início à guerra em Gaza —, o confronto entre Israel e Irã se ampliou, envolvendo também representantes regionais iranianos como Hezbollah, houthis no Iêmen e grupos armados no Iraque.
O atual confronto tem raízes em uma longa disputa marcada por ações clandestinas e guerras por procuração. Em abril de 2024, um ataque israelense a um complexo iraniano na Síria resultou em um grande lançamento de mísseis iranianos contra Israel. Nos meses anteriores, Israel já havia assassinado líderes regionais apoiados por Teerã, incluindo Ismail Haniyeh (Hamas) e Hassan Nasrallah (Hezbollah).
Com a escalada, potências globais reagiram. O Ministério das Relações Exteriores da Arábia Saudita condenou os ataques de Israel, classificando-os como "flagrantes agressões" e "clara violação das leis e normas internacionais". O Líbano, através do presidente Joseph Aoun, afirmou que o bombardeio atingiu não apenas a população iraniana, mas também "os esforços internacionais pela estabilidade no Oriente Médio". Já o governo de Omã responsabilizou Israel pela escalada da violência e pediu uma "firme posição" da comunidade internacional.
Nos bastidores diplomáticos, uma rodada de negociações entre Estados Unidos e Irã estava prevista para domingo, em Muscat, Omã.
A ofensiva também provocou forte impacto nos mercados globais. Nesta sexta-feira (13), o preço do petróleo disparou: o WTI subiu 8,33%, a US$ 74,05 o barril, e o Brent avançou 8,77%, a US$ 75,44. O temor de uma escalada ainda maior elevou os chamados prêmios de risco, segundo Richard Joswick, da S&P Global Commodity Insights.
As bolsas internacionais operaram em queda: os futuros do S&P 500 e Dow Jones caíram 1,2%, o DAX alemão recuou 1,4%, o CAC 40 francês caiu 1% e o FTSE 100 britânico cedeu 0,5%. Na Ásia, os índices Nikkei (Tóquio), Kospi (Seul), Hang Seng (Hong Kong), Xangai e ASX 200 (Austrália) também encerraram o dia em baixa.
O presidente dos EUA, Donald Trump, se manifestou horas após o ataque, criticando o Irã por ainda não ter fechado um acordo nuclear. Em sua rede social Truth Social, Trump afirmou: "Dei ao Irã uma chance após a outra para fechar um acordo [...] mas não conseguiram." Ele também sinalizou que novos ataques estão "planejados" e que poderão ser "ainda mais brutais", apelando para que o Irã "feche um acordo antes que não sobre nada".
O conflito marca um dos momentos mais críticos nas já conturbadas relações entre Israel e Irã, com potencial de desestabilizar não apenas o Oriente Médio, mas também os mercados e a política internacional nos próximos meses.
Fonte: Estadão conteúdo/ Agências internacionais
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Jornalista, natural de Belterra, oeste do Pará, com 48 anos de profissão e passagens pelos jornais A Província do Pará, Diário do Pará e O Liberal.
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