Entidade cobra da presidência do banco medidas de proteção aos servidores e criação de políticas internas; casos vão de constrangimentos a avaliações humilhantes.
Banpará, banco estadual que há décadas orgulha-se de ser “do Pará e para os paraenses”, atravessa uma crise de bastidores. A enxurrada de denúncias de assédio moral contra servidores ultrapassou as paredes das agências e chegou à Associação dos Funcionários do Banpará (Afbepa), que decidiu intervir oficialmente.

Na última quinta-feira, 9, a entidade protocolou o ofício nº 041/2025, endereçado à presidente do banco, Ruth Mello, pedindo providências urgentes para proteger os trabalhadores de constrangimentos e práticas abusivas. A associação pede também a criação de políticas de valorização e gestão humana, como o projeto “Conheça Seu Funcionário”, ideia que inverte a lógica atual: “O Banpará precisa conhecer seus funcionários tanto quanto conhece seus clientes”, destaca o documento.
Para a associação, o problema nasce no topo. A escolha de gestores e chefes de unidade estaria sendo feita com base em afinidades políticas e pessoais, em detrimento da capacidade técnica e emocional. “O autoritarismo e a imposição do medo têm dado a tônica do comportamento desses gestores”, afirma o texto.
Segundo a Afbepa, a falta de critério adequado para definir quem ocupa cargos de confiança tem criado um ambiente de insegurança e hostilidade. Quando não é fruto de indicação política - “o que se resume a quase todos os casos”, ressalta a entidade -, a escolha recai sobre quem demonstra obediência cega à presidência. A gestão de pessoas, nesse modelo, virou campo minado.
Um dos episódios relatados à associação mostra uma servidora sendo tratada como “coisa” pelo superior hierárquico, que teria se recusado a reconhecê-la “como pessoa com história de vida dentro e fora do banco”. O caso, segundo o ofício, não foi apurado, e o agressor segue “mandando e desmandando” sem qualquer punição.
As denúncias vão além da postura autoritária. Parte delas trata da forma como as avaliações de desempenho têm sido conduzidas - e, muitas vezes, deturpadas. Há relatos de servidores sendo avaliados fora de horário e em locais inadequados, inclusive durante o almoço.
Um dos casos citados no documento revela que a entrevista de avaliação foi feita na cozinha de uma unidade do banco, enquanto a funcionária se alimentava. O resultado, previsivelmente, foi uma nota inferior à sua real performance. “Essas práticas mostram despreparo e desrespeito com o trabalhador”, resume a associação.
Com base nas denúncias, a associação encaminhou à diretoria três medidas consideradas emergenciais: Criação da política “Conheça Seu Funcionário”, voltada à valorização e acompanhamento dos servidores; inclusão de critérios psicológicos e relacionais na escolha de gestores, para avaliar a inteligência emocional e a capacidade de liderança; e apuração rigorosa das denúncias de assédio, com oitiva das vítimas e responsabilização dos autores.
Segundo o documento, “o banco não possui política de pessoal que filtre adequadamente quem assume funções de confiança ou quem é subordinado, o que agrava o autoritarismo e o clima de medo nas unidades”.
Apesar da formalidade do pedido, a associação reconhece seus limites. A associação não tem poder de punir nem de afastar gestores - pode apenas solicitar providências e oferecer apoio jurídico aos que decidirem acionar a Justiça. O problema é que o medo impera.
“Se, sem levar os casos à Justiça, o pavor já domina os corredores, imagine com as partes sendo ouvidas por um juiz”, confidenciou um associado ouvido pela Coluna Olavo Dutra. A cultura do medo, consolidada por anos de autoritarismo e favoritismos, parece ter se tornado parte da mobília do banco.
Enquanto isso, o Banpará segue crescendo em números e lucros, mas encolhendo em humanidade. As denúncias mostram que, dentro das agências, o capital humano tem sido o ativo menos valorizado. E, ao que tudo indica, a conta desse desrespeito - cedo ou tarde - chegará à mesa da presidência.

•Meia volta: o titular da Secretaria de Obras do Estado, Ruy Cabral (foto), segue prestigiado no governo.
•A edição desta terça-feira, 14, do Diário Oficial do Estado traz publicada uma determinação do governador Helder Barbalho que mantem a Secretaria habilitada a celebrar convênios e contratos administrativos com todas as esferas de poder e com organizações sem fins lucrativos.
•Esses convênios seguem direcionados para as atividades próprias da Secretaria: serviços e obras de engenharia e arquitetura em todas as regiões do Estado e de todos os tamanhos e proporções.
• O engenheiro civil Ruy Cabral é tido como grande executor do conjunto de obras que tem dado a Belém modernidade, mobilidade e prestígio em âmbito nacional - e assim seguirá no governo.
•Nem a transformação da Portuguesa de Desportos, um dos times mais tradicionais do Brasil, em SAF evitou que parte do patrimônio do clube paulista fosse a leilão.
•A venda ocorrerá nos dias 15 e 22 deste mês, em São Paulo, para o pagamento de R$ 7,2 milhões em dívidas fiscais.
•O terreno à venda fica anexo ao estádio do Canindé, na Marginal Pinheiros, possui 2.444m² e conta com galpão com vestiários, oficinas, bar, pista de bocha, churrasqueira e estacionamento. A área está avaliada em R$ 16,6 milhões, mas o lance inicial será de R$ 8,3 milhões.
•O Tribunal Superior do Trabalho condenou a Vale e o Consórcio Price Lista a pagar R$ 50 mil de indenização a um operador de escavadeira contratado para remover a lama e os destroços da Barragem de Brumadinho, em Minas Gerais, que vitimou 272 pessoas, em janeiro de 2019.
•O operador foi contratado duas semanas depois da tragédia, mas não aguentou muito tempo. Ele conviveu direto com a lama tóxica, poeira e forte odor, além de presenciar e participar do resgate de corpos e fragmentos humanos.
•O homem vive, atualmente, com grave quadro de transtorno de ansiedade generalizada e distúrbios do sono.
Jornalista, natural de Belterra, oeste do Pará, com 48 anos de profissão e passagens pelos jornais A Província do Pará, Diário do Pará e O Liberal.
Comentários
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