Especialistas consideram que o futuro do varejo será dos ágeis, inovadores e dos que entendem que estão vendendo uma experiência, não um mero produto.
Não é fácil analisar o complexo fenômeno do fechamento das lojas de rua no Brasil. O futuro do varejo mostra-se cada dia mais sombrio. A resposta curta é: sim, muitas lojas de rua estão fechando, mas ainda não se pode falar no fim do varejo físico. Profunda transformação é o termo que mais se adequa ao fenômeno.
As causas da multifacetada crise incluem uma "tempestade perfeita", que começa na ascensão imparável do E-commerce, portadora de uma coisa chamada conveniência, que possobilita ao consumidor comprar de qualquer lugar, a qualquer hora, a preços muitas vezes menores. A realidade é que as lojas online, especialmente os marketplaces (Mercado Livre, Amazon, Shopee), têm custos operacionais menores e conseguem oferecer preços mais competitivos.
Por outro lado, o consumidor tem acesso a um catálogo infinito de produtos, algo impossível para uma loja física.
E mais, a alta carga tributária no Brasil é um dos maiores entraves para pequenos e médios empresários, assim como os custos com aluguel em locais de boa movimentação, além dos encargos trabalhistas, que incidem na folha de pagamento.
Considere-se ainda o custo com seguros, sistemas de vigilância e até a perda por furtos, que também acabam onerando bastante o caixa das empresas.
Em última análise, o consumidor moderno, especialmente as gerações mais jovens, não quer apenas comprar um produto. Ele busca uma experiência - um ambiente agradável, um bom atendimento, um local para socializar, afinal o smartphone virou uma ferramenta instantânea de pesquisa. Ou seja, o que já vem acontecendo é que o cliente entra na loja, vê um produto, pesquisa o preço online mas, muitas vezes, compra pela internet quando a diferença de preço apresentar-se significativa. E muitas vezes é!
Hoje, os consumidores estão muito mais atentos a questões como sustentabilidade, origem dos produtos e apoio ao comércio local.
Claro, o baixo crescimento econômico, a inflação e o desemprego contraem o poder de compra da população. Em tempos de crise, as compras por impulso e em lojas físicas mais caras são as primeiras a serem cortadas.
Em se tratando dos grandes centros, o trânsito caótico e a sensação de insegurança também desestimulam deslocamentos para compras em lojas físicas.
Portanto, considero que não é o varejo físico que está morrendo, mas um modelo ultrapassado de varejo, como as lojas que vendem apenas produto que se encontram facilmente online, os estabelecimentos com atendimento impessoal e ruim, as lojas com preços abusivos e que não se adaptaram à concorrência online, ignorando a presença digital.
Por outro lado, viraram tendência o varejo "Omnichannel", ou seja, a integração entre o físico e o digital, o "Click & Collect" (ompre online e retire na loja), devolva um produto comprado online na loja física etc.
Crescerão também as lojas de experiência, que se tornam verdadeiros showrooms, onde o cliente pode experimentar, interagir e viver uma marca, como lojas de eletrônicos com estações de teste, lojas de maquiagem com consultores, cafeterias dentro de livrarias etc.
Lojas que dominam um segmento específico (produtos veganos, artigos para camping, marcas de bairro) e constroem uma comunidade em torno dele também crescerão no novo cenário.
Feiras de rua, brechós curados, produtos artesanais e de pequenos produtores. O apelo pela história única do produto é um diferencial.
Finalmente, o futuro não é "físico vs. digital", mas "físico vs. digital" é o sucesso estará na capacidade de integrar os dois mundos.
Foto: Divulgação
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Jornalista, natural de Belterra, oeste do Pará, com 48 anos de profissão e passagens pelos jornais A Província do Pará, Diário do Pará e O Liberal.
Comentários
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