Poço sem fundo deixa educação em situação precária e denúncias se avolumam no Pará Operações policiais colocam Pará sob os holofotes da COP30 Pará se destaca como 2º do País em pedido de desaforamento de júri por represálias
Disputa

Às vésperas de julgamento, Belo Sun acusa ONGs de propagação de fakes news

Empresa tenta, há dez anos, tirar o Projeto Volta Grande do papel, mas ações impetradas por organizações sociais e pelo Ministério Público Federal têm impedido o início da atividades.

  • 731 Visualizações
  • 10/09/2023, 18:18
Às vésperas de julgamento, Belo Sun acusa ONGs de propagação de fakes news

Às vésperas do julgamento que irá decidir o futuro do Projeto Volta Grande (PVG) de exploração de ouro na chamada Volta Grande do Xingu, no município de Senador José Porfírio, a responsável pelo projeto, a mineradora canadense Belo Sun, acusa diversas organizações sociais que atuam na região, sobretudo a Amazon Watch, de propagarem uma série de matérias requentadas e fake news sobre o projeto.


A intenção dessas organizações, de acordo com documento enviado pela Belo Sun à imprensa, é influenciar no resultado final do julgamento, previsto para acontecer nesta segunda-feira, 11, em Brasília, e que irá decidir sobre a competência do licenciamento ambiental do projeto, parado há mais de dez anos por uma série de ações impetradas no âmbito judicial por organizações sociais e pelo Ministério Público Federal (MPF).


Um dos argumentos mais defendidos pelas organizações contrárias ao projeto é de que as detonações com o uso de dinamites em Senador José Porfírio, área de exploração da mineradora, iriam comprometer, drasticamente, as estruturas da Usina de Belo Monte, localizadas a cerca de 40 km do projeto, no município de Vitória do Xingu.


Sobre o assunto, a Belo Sun pondera que “Não faz sentido nenhum acreditar que as detonações a mais de 40 km de distância sejam capazes de desestabilizar uma estrutura gigantesca feita de 3 milhões de toneladas de concreto e 160.000 toneladas de aço”.


A principal acusação da Belo Sun é contra a ONG Amazon Watch, organização sem fins lucrativos fundada em 1996 e que atua em parceria com diversas entidades de defesa dos povos indígenas e da floresta. Na página oficial da ONG, de fato, uma série de artigos acusam empresas canadense, entre elas a Belo Sun, de abusar de áreas territoriais com a exploração mineral e de petróleo em diversas partes do mundo. Inclusive na Amazônia.


“A Belo Sun entende que a mineração na Amazônia é controversa e acolhe discussões baseadas em fatos sobre como os riscos ambientais devem ser gerenciados e minimizados. No entanto, as invenções alarmistas e terroristas do tipo que está sendo propagado pela Amazon Watch e seus comparsas não fazem nada para promover um debate informado sobre o papel do desenvolvimento na região e as necessidades das pessoas que nela vivem”.


Caso a decisão judicial prevista para ser emitida nesta segunda-feira seja favorável à empresa canadense, os trabalhos de exploração mineral na Volta Grande do Xingu terão início imediato, já que a estrutura para as ações da Belo Sun no local aguardam por uma liberação há cerca de dez anos.


“Acreditamos no diálogo aberto e na colaboração com os meios de comunicação para garantir informações precisas e responsáveis. Uma perspectiva equilibrada contribuiria muito mais para um discurso público construtivo sobre estas importantes questões, do que as fake news que a Amazon Watch e seus comparsas publicam por aí. Quais são os verdadeiros interesses por trás da Amazon Watch?”, encerra a nota.

Mais matérias Cidades

img
Olavo Dutra

Jornalista, natural de Belterra, oeste do Pará, com 48 anos de profissão e passagens pelos jornais A Província do Pará, Diário do Pará e O Liberal.