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Santuário ecológico

Árvores gigantes da Amazônia seguem ameaçadas, apesar da criação de parque

Campanha Proteja as Árvores denuncia garimpo ilegal e falta de fiscalização efetiva.

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  • 08/09/2025, 12:00
Árvores gigantes da Amazônia seguem ameaçadas, apesar da criação de parque
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esmo após a criação do Parque Estadual Ambiental das Árvores Gigantes da Amazônia, o Pagam, em setembro de 2024, exemplares centenários de angelim-vermelho e outras espécies gigantes permanecem ameaçados pelo avanço do garimpo ilegal e pela grilagem de terras. O parque foi criado pelo governo do Pará, com decreto assinado pelo governador Helder Barbalho, com o objetivo de proteger áreas de grande importância ecológica no município de Almeirim, oeste do Estado. Entre as árvores mais notáveis da região está um angelim-vermelho de 88,5 metros, considerada a maior da América Latina.

 

Consideradas “arquivos vivos”, árvores estão sujeitas ao desaparecimento por falta de fiscalização no parque criado há um ano pelo Estado/Fotos: Divulgação.

Na região entre Pará e Amapá, cientistas identificaram cerca de 20 exemplares de angelim-vermelho com mais de 70 metros de altura. Essas árvores são centenárias, com mais de 400 anos, e são consideradas “arquivos vivos” da história climática e ecológica da Amazônia. Pesquisas indicam que elas podem fornecer informações valiosas sobre secas, cheias, estoques de carbono e mudanças atmosféricas, sendo essenciais para a preservação ambiental e o combate às mudanças climáticas.

Porteira aberta

No entanto, um ano após a criação do Pagam, o que se observa é que a proteção legal ainda não se traduziu em ações efetivas de fiscalização. Segundo o Instituto “Mundo que Queremos”, que encabeça a campanha Proteja as Árvores Gigantes em parceria com 20 Ongs e pesquisadores de diferentes regiões do País, há apenas um ator responsável por esta e outras três unidades de conservação que somam cerca de sete milhões de hectares. “Isso compromete a atenção e a fiscalização necessárias para proteger o santuário das árvores gigantes”, alerta a nota técnica enviada ao Ministério Público e autoridades estaduais.

A situação se torna ainda mais crítica diante da proximidade de garimpos ilegais. Dados geoespaciais do MapBiomas mostram, por exemplo, que no Amapá há um garimpo a apenas um quilômetro da segunda maior árvore identificada na região.

Parque de papel

Angela Kuczach, diretora executiva da Rede Pró-UC e articuladora da campanha, enfatiza que “não basta o parque existir no papel. É preciso assegurar a presença efetiva do Estado e garantir que a unidade cumpra sua função socioambiental de proteger as árvores gigantes”. Ela alerta ainda que a COP30 será a vitrine do Brasil para o mundo, e que não se pode exibir um santuário amazônico enquanto a floresta continua ameaçada.

A campanha Proteja as Árvores Gigantes teve início em 2022 e foi determinante para a criação do parque. A ação também resultou no cancelamento, pelo governo do Pará, de cerca de 500 cadastros ambientais rurais ilegais próximos às árvores, decorrente de denúncias de grilagem. O movimento alerta, entretanto, que essas medidas ainda não garantem segurança plena às espécies mais ameaçadas.

Como explicar?

Além do Pará, o Amapá abriga sete dessas árvores gigantes distribuídas entre a Reserva de Desenvolvimento Sustentável do Rio Iratapuru, a Floresta Nacional do Amapá e assentamentos na região de Maracá-Camaipi. Pesquisadores como Robson Lima, da Universidade Estadual do Amapá, estudam o fenômeno do gigantismo dessas árvores e buscam compreender fatores que permitem que algumas ultrapassem 88 metros de altura. “Encontrar uma árvore com 60 metros já é raro. Esperamos identificar outras ainda maiores”, afirma.

Resposta rápida

Enquanto a ciência e a sociedade civil alertam para a urgência de medidas efetivas, o governo do Pará ainda não se manifestou publicamente sobre a fiscalização no parque ou sobre ações concretas de proteção. Com a pressão de movimentos ambientais e a atenção global voltada para a Amazônia na COP30, a expectativa é que haja uma resposta rápida para impedir que exemplares centenários de árvores, verdadeiros tesouros da biodiversidade, sejam perdidos para sempre.

Papo Reto

Embora sem saber se poderá concorrer, o ex-prefeito de Bragança Raimundo Oliveira já está em campanha para deputado estadual. 

•No torneio de futsal da Semana da Pátria, Raimundão era quem mais aparecia nos letreiros de led do “Ginásio Corolão”. 

Diz a maledicência bragantina que, de ordem do ex, o atual prefeito, Mário Júnior (foto), tem se recusado sistematicamente a receber recursos de emendas parlamentares do deputado Renato Oliveira para a construção de um estádio de futebol na cidade. 

•Sabe o que as pessoas dizem daqueles que rasgam ou jogam dinheiro fora, ou fazem as duas coisas juntas e misturadas?

Partidos de oposição querem porque querem a CPI da Vaza Toga, diante das denúncias de fraudes processuais, manipulação de investigações e coordenação informal de operações desferidos por Eduardo Tagliaferro, ex-assessor de Alexandre de Moraes.

•Cinco bancos brasileiros seguem na lupa do governo americano no âmbito das sanções a Alexandre de Moraes, segundo o comunicado por escrito enviado pelo Escritório de Controle de Ativos Estrangeiros.

Instituições financeiras como o Banco do Brasil seguem entre a cruz e a espada, resistindo bravamente à determinação de desativar cartões de crédito com medo da "rebordosa interna". 

•Depois de novo rombo bilionário no Correios, o Senado vai fiscalizar a estatal, em parceria com o TCU, devendo investigar irregularidades contábeis, gestão temerária, riscos operacionais e possíveis fraudes.

A Câmara finalmente aprovou projeto que proíbe descontos automáticos a aposentados e pensionistas do INSS.

•A Anvisa proibiu o anel que promete medir glicose sem picada de agulha.

Mais uma da série "se a inveja matasse..." Goiânia será a primeira cidade do mundo a ter uma frota de ônibus biarticulados regulares 100% elétricos.

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Olavo Dutra

Jornalista, natural de Belterra, oeste do Pará, com 48 anos de profissão e passagens pelos jornais A Província do Pará, Diário do Pará e O Liberal.