Teahupo’o, TAI - Em disputa acirrada com Caroline Marks, atual campeã do Circuito Mundial Feminino, Tatiana Weston-Webb acabou sendo superada na decisão, por 10,50 a 10,33, e ficou com a prata do surfe feminino na Olimpíada Paris-2024.
Ela é a primeira brasileira a conquistar uma medalha na modalidade. O bronze ficou com a francesa Johanne Defay, que atropelou Brisa Hennesey, da Costa Rica, com um 12,66 a 4,93. No masculino, o taitiano Kauli Vaast ficou com o ouro.
Filha de pai inglês e mãe gaúcha, Tatiana nasceu em Porto Alegre, mas cresceu no Havaí, nos Estados Unidos. Ela foi vice-campeã mundial em 2021, ano em que chegou como favorita ao pódio nos Jogos de Tóquio, mas caiu nas oitavas de final para a japonesa Amuro Tsuzuki. Agora, eterniza seu nome na história do surfe olímpico brasileiro.
"Cometi uns erros na bateria. Poderia pegar umas ondas melhores. São coisas pequenas, fazem a diferença, e desta vez não deu para mim. Mas para mim prata é um sucesso gigante. Eu estou muito orgulhosa. Estou muito feliz", disse Tatiana após a bateria, ao canal Sportv. "Foi uma experiência incrível."
A disputa
Após um dia de altos e baixos em Teahupo’o, o mar esteve levemente agitado na bateria do ouro. Assim como na disputa masculina, o cronômetro passou de 30 para 35 minutos. O início da final foi marcado por fortes marolas, empurrando as surfistas, mas sem necessariamente apresentar boas ondulações.
Tatiana foi a primeira a tentar um tubo, mas acabou sendo engolida pela onda, ficando somente com um 0,33. Caroline Marks conseguiu rápida manobra, caindo logo na sequência também, ficando com 0.50. A americana ficou com a prioridade porque a brasileira acabou parando na bancada após a execução e não conseguiu voltar a tempo de surfar uma segunda onda.
As quedas fizeram as surfistas novamente pararem para observar a melhor onda, se posicionando muito próximas uma da outra. Tatiana foi para liderança quando a americana dispensou uma marola e a brasileira aproveitou para surfar rapidamente uma onda sem muito potencial, tirando 0,43 e chegando a 0,76 na pontuação total.
Caroline Marks usou a prioridade para fazer boa manobra no tubo e recebeu um 7,50, elevando a nota para 8, e jogando a responsabilidade para a representante do Brasil a 15 minutos do fim.
Com a prioridade, Tatiana passou a ter como desafio encontrar uma onda boa suficiente para fazer um 7,57 passar à frente da disputa. A reta final da bateria, porém, foi de marés mais baixas, com a brasileira esperando bastante por uma oportunidade.
Faltando oito minutos, a surfista do Brasil conseguiu encaixar uma boa manobra, recebendo um 5,83, e um 1,80 em seguida, somando um 7,63. A americana elevou a pontuação para 10,50 no fim, fazendo com que a brasileira necessitasse de um 4,68 para virar o marcador.
Faltando dois minutos, Caroline administrou a bateria com a sua prioridade, enquanto restou a Tatiana tentar surfar a onda que sobrar. A americana usou a preferência, mas não conseguiu aproveitar e caiu. A brasileira conseguiu boa manobra na sequência faltando pouco mais de um minuto.
A bateria acabou ainda sem a nota de Tatiana e a disputa ganhou contornos de tensão. Foi então que os jurados anunciaram um 4,50, nota próxima, mas não o suficiente para a brasileira levar o ouro.
Foto: Willian Lucas/COB/Divulgação
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