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Rio Tapajós empresta voz em manifestação contra Ferrogrão durante COP29, no Azerbaijão

Ato em Baku critica contradições do governo brasileiro e reforça demandas por justiça climática; por outro lado, empresários falam em baixa de preços finais da produção de grãos.

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  • 22/11/2024, 08:00

“Carta do Rio Tapajós para o mundo” marcou o encerramento do 7º Grito Ancestral do Povo Tupinambá no Pará/Foto: Ana Mathias-MAB-Vídeo: Engajamundo.


A


quinta-feira, 21, foi de protestos pedindo a suspensão de grandes obras estruturantes na Amazônia, em especial a Ferrogrão, ferrovia de 933 km entre as cidades de Sinop, no Mato Grosso, e Itaituba, no Pará, para transportar, principalmente, soja e milho.

 

Lideranças indígenas e movimentos sociais se reuniram na Blue Zone da COP29, em Baku, Azerbaijão, para denunciar os impactos desses projetos em áreas de preservação ambiental e no modo de vida dos povos indígenas e tradicionais.


Os manifestantes realizaram a leitura da “Carta do Rio Tapajós para o mundo”. No texto, o rio Tapajós é personificado em um apelo contra a destruição prevista pela construção do corredor logístico para soja: “Empresto a voz dos humanos que em mim habitam para pedir socorro. Querem me transformar em um corredor logístico de soja, mas minha razão de existir é outra: sou um corredor de biodiversidade, de vida e ancestralidade. Quero estar vivo!”. O documento marcou o encerramento do 7º Grito Ancestral do Povo Tupinambá no Pará.

 

O discurso e a prática


Os manifestantes também criticaram a contradição entre o discurso climático do governo brasileiro na COP29 e as ações que promovem obras como a Ferrogrão. O governo brasileiro tenta acelerar projetos ferroviários. Nesta semana, o Ministério dos Transportes emitiu uma diretriz que transfere para a União o licenciamento ambiental dessas obras, buscando segurança jurídica para atrair investimentos. Organizações ambientais veem a medida como um retrocesso que ignora os impactos sociais e ambientais.


O rio Tapajós já conta com 41 projetos de portos - dos quais apenas cinco possuem licença ambiental. Os manifestantes destacaram a necessidade de consulta prévia às populações afetadas, conforme prevê a Convenção 169 da Organização Internacional do Trabalho - OIT. Os manifestantes também questionaram a falta de inclusão das populações amazônicas nas decisões climáticas.


Outro lado da moeda

O Ferrogrão é um dos projetos mais aguardados por empresários do agronegócio, que veem a possibilidade de redução do preço final de todos os produtos ligados ao milho e à soja com a diminuição do valor do frete entre 30% e 40%. O valor estimado do investimento é de R$ 12 bilhões. Os recursos serão injetados pela iniciativa privada e o prazo de concessão é de 69 anos.


A ferrovia também seria uma alternativa à rodovia BR-163, conhecida como “Rota da soja”, e que hoje é praticamente dominada pelo tráfego de caminhões, colocando em risco a segurança de pequenos veículos e comprometendo durante o ano todo o estado de conservação da rodovia.


Os produtores rurais também garantem que a Ferrogrão vai reduzir o tempo das viagens e a emissão de gases poluentes, com a retirada de centenas de caminhões da BR-163. De acordo com esses empresários, a ferrovia também tem potencial para obter o "selo verde" e seguir os parâmetros da Climate Bond Initiative, organização internacional que certifica iniciativas sustentáveis. 

 

Papo Reto

 

· Quando era prefeito, Duciomar Costa exagerou nos mimos e mandou uma garrafa de vinho para um promotor de Justiça. Pegou mal.

 

· Agora, o governo do Estado convida membros do Tribunal de Justiça para o show do DJ Alok (foto), com direito a camarote, bebida e comida.

 

· Convenhamos, certas gentilezas, às vezes, não caem bem; muito pelo contrário.

 

· Concluído o processo eleitoral da OAB - pontuado por ingerências políticas e vitória da oposição -, só o tempo dirá quais nomes se manterão vivos na disputa pela vaga de desembargador pelo quinto constitucional da advocacia.

 

· Nomes como dos advogados Alex Potiguar, Roberto Lauria e Anete Penna de Carvalho surgem como "quase certos" na acirrada competição por vir.

 

· Observadores apontam, no entanto, que os nomes dos advogados Tiago Sefer, que já compõe o colegiado do TRE, João Brasil, que tem o respeito da advocacia e de significativa parte da classe política, e Leonardo Nascimento, advogado do governador e Conselheiro Federal eleito também devem engrossar a lista.

 

· Embora a TV tente esconder, a mediocridade do futebol que vem sendo apresentado pela Seleção Brasileira começou a se refletir nas arquibancadas.

 

·  Em Salvador, mais risível que o futebol apresentado e o placar conseguido pelo escrete canarinho só mesmo o público anunciado pela CBF, tentativa clara de atenuar o vexame de um esquadrão que não empolga absolutamente ninguém. 


· Médica e presidente da Sociedade Paraense de Gastroenterologia, Ana Paula Guimarães comanda a versão deste ano da Semana Brasileira do Aparelho Digestivo, inclusive com palestra marcada para amanhã. Ana Paula é filha do radialista Cláudio Guimarães.

Mais matérias OLAVO DUTRA

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Olavo Dutra

Jornalista, natural de Belterra, oeste do Pará, com 48 anos de profissão e passagens pelos jornais A Província do Pará, Diário do Pará e O Liberal.