rofessores envolvidos no Programa Institucional de Bolsas de Iniciação à Docência da UFPA denunciam o descumprimento de normas, prática de assédio moral e irregularidades na gestão do programa. A coordenação do programa está sob responsabilidade da professora Joelma Morbach, da Pró-Reitoria de Ensino de Graduação.
No último dia 8, os professores
participaram de reunião convocada pela coordenadora para discutir a suposta
necessidade de redistribuição de bolsas, fato que levou os professores a
apontar ‘irregularidades’ no programa. A Capes teria suprimido o número de
bolsas, limitando a execução de todos os subprojetos. Ante as reações, Morbach
argumentou que os professores “não têm que pensar na instituição, mesmo que
isso exija o sacrifício de trabalhar sem bolsas”.
Assédio moral
Os professores denunciam também que
houve assédio moral contra os que se manifestaram contrários à redistribuição
das bolsas, ouvindo de Morbach que os insatisfeitos poderiam pedir para sair.
“Nenhum professor está obrigado a continuar atuando no programa”, disse
Joelma. Apenas no final da reunião, Joelma repassou a informação de que a
UFPA saiu de 288 bolsas na edição passada para 816 bolsas na edição atual do
programa. A informação, um tanto tardia, evitou os questionamentos sobre o
suposto corte que obrigaria os professores a trabalhar “de graça”, uma vez que
a quantidade de bolsas praticamente triplicou no período.
Mais irregularidades
Outra denúncia mostra que projetos
reprovados na seleção interna apareceram novamente na lista de selecionados. Em
um dos casos, sem nenhuma explicação plausível, dois projetos reprovados na
seleção interna apareceram entre os selecionados, e sem retificação do
resultado. Esses projetos também estão na proposta da coordenação
institucional como “contemplados” com a quantidade total de bolsas - e não
entrarão na redistribuição dos demais. Até agora, nada foi explicado a esse respeito.
Projetos alinhados
Existe uma articulação em particular
com coordenadores de projetos alinhados. “A coordenação institucional do
programa se mostra preocupada apenas com o número de subprojetos da UFPA, ou
seja, com a quantidade em detrimento da qualidade”, diz a denúncia.
Os professores dizem que não existem
critérios objetivos e transparentes que expliquem a proposta de distribuição de
bolsas feita pela coordenação. “São beneficiados projetos com pontuação baixa,
atribuindo-lhes mais bolsas, que para projetos que tiveram pontuação máxima”,
analisa um professor.
Para assegurar que essa distribuição
arbitrária e irregular se efetive, a coordenação vem realizando reuniões
privadas com coordenadores de projetos mal avaliados - baixa pontuação - para
garantir apoio à empreitada. “É uma prática recorrente dessa gestão que se
pauta em acordos privados com prejuízo dos que se esforçaram por uma boa
pontuação”, acusam.
Lei da impunidade
Os denunciantes dizem que a
professora Morbach conta com a impunidade em relação a essas irregularidades.
Ela anunciou que está compondo um edital para efetivar a distribuição das
bolsas, informando, via e-mail, que não é possível se pautar na nota e na
interdisciplinaridade como critério de desempate, “porque um subprojeto nota
100 é igualmente excelente a uma nota 90”, segundo a concepção dela.
Justo e certo
Os denunciantes consideram que as 816
bolsas devem ser distribuídas entre projetos com maior pontuação, com critérios
justos e transparentes, para que todos recebam suas bolsas durante o tempo de
execução do projeto garantindo a valorização e o trabalho digno de condução
desses projetos.
Nota do redator: A
redação da Coluna Olavo Dutra solicitou esclarecimentos à
Assessoria de Comunicação da UFPA e aguarda resposta.
Papo Reto
· No último final de semana, o
cônsul da França em Belém, advogado Sérgio Galvão (foto), a
presidente da Alliance Française, Sabine Giraud-Galvão, e o titular do
escritório da representação da região da Guiana Francesa, Christian Haridas,
receberam Mme. Christiane Marie Taubira, jurista, escritora e ex-ministra da
Justiça da França.
· Mme. Taubira veio de São Paulo,
onde assumiu a Cátedra José Bonifácio, da USP, e participou de eventos
acadêmicos de Relações Internacionais à convite da Universidade e do Consulado
Geral da França em São Paulo.
·Em março de 2025, Mme. Taubira
retornará à Belém para uma temporada em que desenvolverá pesquisa sobre os
aspectos sociais relacionados com proteção ambiental, desenvolvimento
sustentável e realidade climática.
· A Assembleia Legislativa
aprovou, conforme a coluna antecipou, mais um empréstimo do governo do Pará,
desta vez no valor de R$ 483 milhões.
· A dinheirama toda será usada
para a conclusão da avenida Liberdade, que sai da avenida Perimetral, em Belém,
à Alça Viária, em Marituba. Com mais esse empréstimo, já são R$ 15 bilhões em
dívidas contraídas pelo governo do Estado.
· O fotógrafo João Paulo
Guimarães denunciou no perfil dele no Instagram a atitude abusiva de uma
funcionária pública do governo do Pará.
· Segundo ele, a servidora fez
insistentes ligações o assediando e ameaçando para liberar imagens feitas e
pagas com dinheiro tirado do próprio bolso dele.
· As imagens
seriam usadas em um livro sobre primatas que está sendo produzido pelo
Ideflor-Bio.
· Diante da negativa do
fotógrafo, a servidora passou a ameaçá-lo, dizendo que iria impedir a entrada
dele em aldeias indígenas do Pará.
·A servidora disse também que
está há 40 anos do governo do Pará e que ama os “índios”, ao que ele retrucou,
ensinando que não se cita “índios”, mas “indígenas”.
·Irritada, a mulher bloqueou
João Paulo no WhatsApp. O fotógrafo reforçou que não autoriza o Ideflor-Bio a
utilizar as fotos dele em qualquer publicação.