eza a lenda que uma mentira contada mil vezes se torna verdade. Pode ser, desde que haja tempo para contagem tão longa, o que não parece ser o caso do presidente da Empresa de Extensão Rural do Pará, a Emater, o advogado Joniel Abreu. Para ele, a contagem começou na última sexta-feira, e hoje, segunda-feira, o tempo fechou - em contagem regressiva, por assim dizer.

Contra o tempo
Em posse da denúncia formulada por servidores da Emater, a Coluna Olavo Dutra encaminhou, via WhatsApp, por volta das 14 horas de ontem, domingo, pedido de informação ao presidente da empresa, Joniel Abreu, que retornou exatamente às 20h24. “Boa noite. Essa senhora não tem mais vínculo com a Emater desde 1 de janeiro de 2025”, explicou ele, tão lacônico que sequer lembra um advogado ou o pastor evangélico que é. Mas é uma justificativa, claro - senão, uma explicação mentirosa.
Voz dos bastidores
Para não deixar pedra sobre pedra, contudo, a coluna foi a campo e se deparou com o inusitado. Segundo servidores da empresa, por conta do rebuliço provocado pela informação que circulou na sexta-feira, a presidência da empresa tratou de “correr” com a exoneração da chefe de Gabinete, mas com data retroativa a 1 de janeiro, o que de fato se confirmou na edição de hoje do Diário Oficial do Estado. Mas não foi exatamente esta a explicação do presidente Joniel Abreu à coluna: Essa senhora não tem mais vínculo com a Emater desde 1 de janeiro de 2025”.
Atos administrativos
Ana Carla foi nomeada secretária da Prefeitura de Terra Alta exatamente no dia 1 de janeiro e desde lá assina atos administrativos inerentes ao cargo, o que remete à noção de que o presidente da Emater agiu unicamente pressionado pelas circunstâncias, e não segundo as regras de probidade administrativa. E mais: sugere que teria permitido a continuação da situação não fosse a “grita geral”, consolidando a ideia de que, sem fiscalização, vale tudo.
Quem é quem
Para relembrar, Ana Carla da Silva Costa vem a ser mulher do diretor Administrativo da Emater, Robson de Castro Silva, aquele que era servidor do Inmetro, e que dava expediente na Emater ao mesmo tempo, mas foi exonerado do cargo no Inmetro após denúncia veiculada pela coluna, em 2024. Segundo servidores da empresa, Ana Carla seria prima de um deputado estadual do MDB com base num dos municípios da Região Metropolitana de Belém.
O peso da lei
Segundo a legislação, a acumulação indevida de cargos públicos deve ser punida com demissão, com a possibilidade de condenação do servidor por improbidade administrativa. Quanto à tentativa de “encobrir o sol com a peneira” do presidente Joniel Abreu, quem haverá de julgar?
A coluna segue aberta para esclarecimentos do presidente, da chefe de Gabinete, dos servidores e de quem mais se interessar.
Papo Reto
·O poeta João de Jesus Paes Loureiro (foto) faz apelo ao prefeito de Belém, Igor Normando, com relação à extinção da Fundação Escola Bosque.
·Em mensagem recente, Paes Loureiro apelou ao governador Helder Barbalho por questões envolvendo a área cultural do Pará e a Funtelpa.
·Professores em greve geral do Pará participam amanhã, terça, da Marcha Unificada pela Educação na Amazônia. A movimentação começa a partir das 9 horas, com uma assembleia geral, na sede do Sindicato dos Bancários.
·De lá os professores saem às ruas para esclarecer o motivo da greve da paralisação e da ocupação da Seduc por povos indígenas, iniciada no dia 14 de janeiro.
·Acredite: 60% de todos os postos de trabalho existentes hoje nos Estados Unidos simplesmente não existiam em 1940.
·Durante o governo Lula, Joe Biden deportou 3.660 brasileiros em 32 voos, do mesmo jeitinho que o Tio Sam acaba de fazer, com todo mundo algemado e membros da esquerda a protestar.
·A chocante deportação dos brasileiros, alguns, por sinal, criminosos, acabou trazendo à tona um fato curioso: Biden engavetou solenemente o pedido da diplomacia do governo Bolsonaro para que os processos de deportação fossem mais humanizados.
·Conclui-se que tudo não passa de excesso de desespero ou falta de óleo de peroba mesmo.
·Anote: quem é do ramo já sabe que a inversão do ciclo pecuário, caracterizado por uma menor oferta e redução no número de abates - queda gradual na oferta de carnes-, inevitavelmente levará a novos aumentos de preços do produto.
·A “picanha da promessa” vai ficando cada dia mais quimérica...