Presidente da Codem tem evolução patrimonial invejável para os difíceis tempos do pós-pandemia

Em apenas um mês deste ano, Lélio Costa e a mulher dele, Jerusa Miranda, adquiriram três imóveis no valor de mais de R$ 1,5 milhão, com pagamento em espécie de R$ 700 mil.

Por Olavo Dutra | Colaboradores

05/11/2023 08:00
Presidente da Codem tem evolução patrimonial invejável para os difíceis tempos do pós-pandemia
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rápida evolução patrimonial de um servidor público sempre chama atenção - principalmente no próprio ambiente de trabalho, de onde partem as denúncias a seguir encaminhadas à coluna. O caso de Lélio Costa da Silva, atual presidente da Companhia de Desenvolvimento e Administração da Área Metropolitana de Belém, a Codem, não é diferente.


Ex-deputado estadual e atual presidente da Companhia, Lélio Costa afirma que suas finanças pessoais são devidamente declaradas às autoridades competentes/Fotos: Divulgação.

Em 2018, ao se candidatar ao segundo mandato de deputado estadual, seu patrimônio declarado à Justiça Eleitoral era de R$ 370 mil, que, pelas informações apresentadas ao Tribunal Regional Eleitoral do Pará (TRE-PA), correspondiam a uma casa, no valor de R$ 160.000,00, e um veículo no valor de R$ 110.000,00. Hoje, mais especificamente do último mês de julho para cá, Lélio Costa e a mulher dele, Jerusa Barra Miranda, compraram imóveis que acrescentaram ao patrimônio do casal, conforme os valores registrados em documentos encaminhados e em posse da coluna, mais de R$ 1,5 milhão.

 

Triplo mortal carpado

 

Do valor exato da soma dos três imóveis, de R$ 1.590.000,00, R$ 400 mil foram pagos ainda em julho, a título de entrada dos imóveis adquiridos, sendo R$ 100 mil de entrada em um apartamento no bairro de Batista Campos, R$ 100 mil de um apartamento no bairro do Umarizal, próximo à Doca de Souza Franco, e R$ 200 mil de entrada em um imóvel rural situado no município de São Miguel do Guamá.

 

O restante dos valores dos dois apartamentos, de R$ 440 e R$ 450 mil, respectivamente, foi pago em cartas de crédito de financiamento imobiliário.

 

Direto com o vendedor

 

Já o imóvel rural, que pelo documento mede 72,68 hectares, teve contrato de compra e venda firmado em cartório direto com o vendedor, na data de 7 de julho deste ano, no valor total de R$ 500.000,00. Pelo acordo, além da entrada de R$ 200 mil, Lélio Costa pagaria o restante de forma parcelada, em dez parcelas mensais de R$ 30 mil, totalizando os R$ 300 mil restantes. Porém, ao que tudo indica, os ventos da economia correram a favor de Lélio e ele se adiantou, pagando mais uma parcela de R$ 130 mil em 25 de agosto passado, e outra de R$ 170 mil em 2 de outubro deste ano, que acabou sendo a parcela de quitação de meio milhão referente ao valor total da fazenda.

 

Patrimônio dos sonhos

 

O patrimônio declarado de Lélio Costa à Justiça Eleitoral já havia sofrido uma pequena oscilação entre os anos de 2015, ao concorrer às eleições à prefeito de Belém, e 2018, quando pleiteou se manter no cargo de deputado. Só que foi uma oscilação para menos, caindo de R$ 376 mil em 2015, para R$ 370 mil em 2018.

 

Em 2015, Lélio deu mais detalhes do patrimônio à Justiça Eleitoral, informando sobre uma casa no município de Ananindeua, em um conjunto residencial da rua Jibóia Branca, além de dois veículos e R$ 30 mil em espécie.

 

Mais recentemente, na declaração de cinco anos atrás à Justiça Eleitoral, Lélio Costa não declarou nenhum real guardado. Porém, ao que tudo indica, no movimento das últimas aquisições, assumir o cargo de deputado estadual em 2018 e emendar o mandato com a presidência da Codem lhe renderam uma boa poupança em cinco anos, uma vez que a nota de esclarecimento enviada à coluna não menciona nenhum recebimento de herança ou ganhos em loterias.

 

Argumentos e críticas

 

Em linha direta sobre o pedido de nota com a reportagem da coluna, Lélio Costa argumentou que não entendia como suas finanças pessoais, segundo ele devidamente declaradas ao Fisco, poderiam ser notícia. Ele também criticou o uso das informações prestadas por ele à Justiça Eleitoral de cinco anos atrás, e disse que nesse tempo continuou trabalhando muito, junto à sua esposa, que também trabalha, não havendo qualquer irregularidade ou incompatibilidade de qualquer natureza em sua vida financeira.

 

Íntegra do esclarecimento

 

Em resposta ao pedido de informações, esclareço que todos os bens, direitos, valores e obrigações que integram meu patrimônio são devidamente declarados junto ao Fisco competente, anualmente, sem qualquer apontamento de irregularidade ou incompatibilidades de qualquer natureza.

 

Quanto às informações contidas na Justiça Eleitoral, estas são públicas e dão contam de uma declaração de mais de 5 (cinco) anos atrás, conforme aponta o próprio pedido de esclarecimento, sendo que naquele mesmo ano meu registro de candidatura foi deferido, visto não haver qualquer incongruência com as informações ali prestadas.

 

Portanto, quaisquer apontamentos quanto à aquisição ou desfazimento de qualquer bem pessoal meu serão devidamente indicados ao Fisco competente ou à Justiça Eleitoral quando assim for requisitado.

 

Ao passo que em mais de 20 (vinte) anos de vida pública sempre prezei pela transparência e a moralidade, agindo sempre da forma mais cristalina e republicana, seja na atuação como servidor de carreira da SPU, órgão no qual atuei, inclusive, como Superintendente ou em qualquer outro cargo público que ocupei ao longo dos anos.

 

Papo Reto

 

A coluna errou, por indução, ao reportar, ontem, que o presidente do Sindifisco, Charles Alcântara (foto), teria sido indicado pelo senador Beto Faro, do PT, à vaga de diretor de Fiscalização da Secretaria da Fazenda.

 

Charles Alcântara, que cumpre novo mandato à frente do sindicato fazendário por mais três anos, é integrante orgânico do PT, e opositor da gestão Beto Faro na presidência do partido, o que por si só, pulveriza a ideia estapafúrdia.

 

A verdade é que a interferência do senador na tentativa de nomear um nome para chamar de seu na Secretaria vai no sentido de barrar a influência de Charles Alcântara, não de nomeá-lo. Nossas desculpas pelo erro.

 

Aliás, a partir desta semana, Charles Alcântara segue em caravana para cumprir agenda do sindicato no sul do Pará, a partir de Marabá, e deixa claro que não foi convidado, não se convidou para nenhum cargo, até porque seria incompatível com a atividade sindical.

 

Um sacolejo no elenco do Paysandu aponta cinco atletas ainda com contrato com o clube: Matheus Nogueira, Paulão, João Nogueira, Robinho, Vinícius Leite, Cláudio Vítor e Roger.

 

Quatro em negociando renovação: Edílson, Wanderson, Juninho e Mário Sérgio. Estima-se que o clube fará cerca de 20 contratações, no mínimo, para o Parazão e Brasileirão, Série B. 

 

Da série "se a inveja matasse...": de janeiro até agosto deste ano, São Paulo abriu mais de 208 mil empresas, "mais do que o dobro das regiões Norte e Nordeste do Brasil, somadas no mesmo período", segundo a Junta Comercial de lá.

 

Mais 599 estrangeiros receberam aval para deixar a região de guerra, em Gaza.  Ao todo, 34 brasileiros aguardam repatriação, mas estão "ficando para trás na fila" por conta do posicionamento do governo Lula, simpático explícito ao Hamas.

 

No fundo, no fundo, o Brasil é um anão na política internacional. Não se dá bem nem em guerras distantes. 

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