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Polícia Militar usa força para dispersar manifestação no Marajó

Protesto ganhou apoio de moradores da comunidade quilombola Vila União

19/03/2025, 12:30
Polícia Militar usa força para dispersar manifestação no Marajó

Na manhã desta quarta-feira (19), a Polícia Militar utilizou balas de borracha e bombas de efeito moral para dispersar manifestantes que bloqueavam o acesso ao porto da foz do rio Camará, em Salvaterra, no arquipélago do Marajó. Durante a ação, alguns participantes teriam ficado feridos.

O protesto foi organizado por moradores da comunidade quilombola Vila União em apoio aos caminhoneiros, que criticam o aumento considerado abusivo das tarifas de transporte na linha Icoaraci-Camará. A empresa Henvil, responsável pelo serviço, justificou o reajuste como uma reposição inflacionária após anos sem alteração nos preços.

 

Testemunhas relataram que a intervenção policial foi violenta, causando pânico entre os manifestantes. Crianças que residem na área passaram mal devido à inalação de gás de pimenta, e há relatos de bombas de efeito moral lançadas dentro de uma escola.

 

Reforço policial e tensão crescente

A situação se agravou na madrugada, quando circulou a informação de que oito viaturas da Tropa de Choque da PM estavam sendo transportadas por balsas da própria empresa Henvil para conter os protestos. As guarnições desembarcaram no porto no início da noite e seguiram para a sede do Comando de Policiamento Regional XI, em Salvaterra.

 

A operação policial tem como objetivo desobstruir a Rodovia PA-154, com apoio de caminhões guincho do Detran, previstos para chegar à região durante a manhã desta quinta-feira (20).

 

Contexto do protesto

A paralisação foi iniciada no último domingo (16) pela Associação de Transportadores de Cargas e Logística do Marajó (Atransmar), que representa caminhoneiros da região. O aumento de 23% nas tarifas de transporte, autorizado pela Agência de Regulação e Controle de Serviços (Arcon), é considerado excessivo pelos trabalhadores.

 

Segundo a presidente da Atransmar, Shyrley Pedrosa, a tarifa para caminhões subiu de R$ 992 para R$ 1.222, um acréscimo de R$ 230. "Esse reajuste impacta diretamente a economia local, elevando os custos do frete e dos alimentos. Além disso, dificulta a contratação de trabalhadores", afirmou.

 

Moradores de Soure, Salvaterra e Cachoeira do Arari também serão afetados. Para a comunidade, que depende exclusivamente do transporte por balsa, a alta nos preços compromete a acessibilidade e o turismo na região. O movimento busca chamar a atenção das autoridades para a reivindicação.

 

Fonte: Redação/ noticiamarajo.com.br/ diariopedrosamarajo

Fonte: Redes sociais


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