Belém, PA - Um tropeço da direção do Hospital Ofir Loyola na transparência e ampla concorrência acabou gerando dúvidas entre os observadores ante a publicação, dia 28 de maio, no Diário Oficial, de uma compra de medicamentos por dispensa de licitação no valor de R$ 1.738.398,95 com a empresa IFS Nascimento, ferindo fundamentação legal usada para esse tipo de procedimento. Cobrada, a direção do hospital se manifestou.
A nova Lei de Licitações, de 1 de abril de 2021, estabelece: Art. 75. É dispensável a licitação: I - para contratação que envolva valores inferiores a R$ 100 mil, no caso de obras e serviços de engenharia ou de serviços de manutenção de veículos automotores; II - para contratação que envolva valores inferiores a R$ 50 mil, no caso de outros serviços e compras. Por essa regra, verifica-se que o valor ultrapassa em mais de um R$ 1,7 milhão.
Em linha direta com o Portal Olavo Dutra, a direção do hospital esclarece que a licitação está devidamente aberta, mas com bloqueio, até que se homologue o resultado, em quatro a cinco meses quando, possivelmente, o hospital estará desabastecido, razão da compra emergencial. Outro detalhe: alguns desses remédios são caríssimos - até R$ 200 mil -, por isso o valor não representa quase nada do total.
Serviços e atendimento
Com a contratação de mais médicos para assistência e apoio, obras, reestruturação e modernização, o Ofir Loyola consolida estratégicas de ampliação de sua capacidade de atendimento ao público.
Em cem dias de nova gestão, conseguiu reduzir filas, o ambulatório do Centro de Cuidados Paliativos Oncológicos experimentou um crescimento de 50,52% no volume de atendimento - sendo 12,08% a mais no atendimento domiciliar - privilegiando, prioritariamente, pessoas com maior vulnerabilidade.
A triagem de pacientes fora das possibilidades terapêuticas teve um incremento de 55,37%, com a tecnologia e a gestão eficiente também se tornando aliadas nesse novo ciclo da administração hospitalar
Custeio menor
O Ophir Loyola também reduziu o custeio da unidade em 54,98% em relação ao último trimestre de 2024. Segundo diretor-geral, Heraldo Pedreira, "o trabalho resultou em uma expressiva redução dos nossos custos operacionais, revertendo em investimentos diretos para fortalecer a assistência, por meio da aquisição de insumos e medicamentos, o compromisso com a eficiência, a transparência e a qualidade da assistência”.
.
Por sua vez, a nefrologia, um dos pilares mais demandados do hospital, passou atender 100 pacientes a mais por mês, aliviando bastante uma demanda historicamente reprimida.
Já na hemodiálise, o serviço ambulatorial passou a ser realizado não mais em dois, mas em três turnos e, o mais importante, com permanência de interconsultas por 24h.
O trabalho desenvolvido pelo Banco de Tecido Ocular, por outro lado, que permitiu reduzir a fila de espera de 4 anos para 5 meses, segundo dados do Sistema Nacional de Transplante, do Ministério da Saúde, tornando possível ampliar em 58,3% os transplantes de córnea.
Maior do Norte
Desde a licença de operação da Comissão Nacional de Energia Nuclear, o hospital dispõe do maior Centro de Radioterapia da região. “Entre março e abril, o serviço apresentou avanços significativos no atendimento oncológico, refletindo os esforços de reestruturação e ampliação da capacidade instalada", diz o médico Fábio Araújo, diretor clínico. "Hoje, realizamos a cirurgia estereotáxica pelo SUS, procedimento minimamente invasivo, sem cortes, que dura cerca de 10 minutos, o que evidencia o avanço no tratamento oncológico no Estado”.
Nos últimos cem dias, 200 pacientes concluíram o tratamento de radioterapia externa, enquanto outros 220 iniciaram as sessões, reduzindo o tempo de espera e promovendo maior celeridade nos cuidados com a saúde. Além disso, o hospital também realizou aproximadamente 160 inserções de braquiterapia em 50 pacientes, reforçando o compromisso com um tratamento humanizado e tecnicamente qualificado.
Foto: Divulgação
(Com a Agência Pará)