São Paulo, 19 - O Ministério dos Direitos
Humanos e da Cidadania (MDHC) reconheceu nesta terça-feira, 18, por meio da
Comissão de Anistia, o jornalista Vladimir Herzog como anistiado político. A
decisão foi publicada no Diário Oficial da União.
"Essa vitória é mais um desdobramento da decisão indenizatória para
Clarice, proferida pelo juiz Anderson Santos da Silva, da 2ª Vara Federal Cível
do Distrito Federal, em 4 de fevereiro deste ano. O Instituto Vladimir Herzog e
a família Herzog celebram mais esta decisão, especialmente no contexto dos 50
anos do assassinato de Vlado", afirmou o Instituto Vladmir Herzog em nota
publicada no portal G1.
Como parte da reparação, a viúva de Herzog, Clarice Herzog, receberá uma pensão
mensal vitalícia no valor de R$ 34.577,89. O pagamento decorre de decisão
judicial da 2ª Vara Federal Cível da Seção Judiciária do Distrito Federal. A
Comissão de Anistia já havia concedido a Clarice Herzog, em abril de 2024, a
condição de anistiada política, acompanhada de um pedido formal de desculpas do
Estado brasileiro pela perseguição sofrida pela família ao longo dos anos.
"Reforçamos o compromisso do MDHC para garantir os direitos humanos, o
respeito à vida, a democracia e o estado de direito", afirmou o ministério
em nota divulgada.
Vladimir Herzog foi convocado pelo Exército para prestar depoimento sobre suas
ligações com o Partido Comunista Brasileiro (PCB). No dia 25 de outubro de
1975, ele compareceu ao DOI-Codi e nunca mais foi visto com vida. A versão
oficial divulgada pelos militares afirmava que o jornalista teria se suicidado
dentro da cela, mas laudos e investigações posteriores comprovaram que ele foi
torturado e assassinado pelo regime.
Fonte: Estadão conteúdo
Foto: Instituto Vladimir Herzog