A exemplo de anos anteriores, o primeiro final de semana das férias de julho em Salinópolis, no Nordeste do Pará, foi marcado pela quantidade de lixo deixada nas parias do município, principalmente na Praia do Atalaia, um dos destinos mais procurados por turistas de dentro e de fora do Estado.
O serviço de limpeza, bancado pela Prefeitura, age rápido, mas a imagem produzida pela reincidência de quem insiste em usar a areia como mesa de bar mostra o tamanho da ignorância que mancha e compromete um dos biomas mais importantes do litoral atlântico paraense.
Estudos sobre o assunto mostram que a maioria dos resíduos, sobretudo lixos domésticos, plásticos e esgotos, chegam ao manguezal, onde são absorvidos pelas plantas e, seguindo um processo natural da cadeia alimentar, contaminam animais e o próprio ser humano. Ou seja, falar de poluição nas praias e mangues é, em ultima análise, falar de um problema de saúde pública.
Limpeza e conscientização
Para contribuir com o processo de conscientização sobre o problema, o projeto Mangue Beach realizou neste domingo, 9, um mutirão de limpeza em encostas e manguezais, principalmente no rio Sampaio, onde fica a maior ponte de acesso à Praia do Atalaia, no rio Arapepó e em pequenos igarapés.
A iniciativa contou com a participação de moradores de comunidades do entorno do manguezal e de praticantes de esportes aquáticos, como surfistas, windsurfistas, nadadores e remadores de caiaque e standup pedal. O projeto também conta com o assessoramento de ambientalistas, oceanógrafos e biólogos.
Durante todo o domingo, o lixo foi recolhido dos mangues em embarcações conduzidas pelos próprios colaboradores e destinado para associações de catadores e áreas de descarte mantidas pela Prefeitura da Salinópolis. De acordo com Noélio Sobrinho, um dos coordenadores do projeto, uma nova edição do mutirão já está agendada para o próximo final de semana também na área litorânea do município.