Direitos

Lula regulamenta poder de polícia da Funai para preservar direitos indígenas

Decreto define regras de prevenção e coibição em ocupações ilegais, proteção do patrimônio cultural indígena e garantia do usufruto exclusivo das riquezas naturais desses territórios.

03/02/2025, 19:30
Lula regulamenta poder de polícia da Funai para preservar direitos indígenas

Brasília, DF - O presidente Luiz Inácio Lula da Silva assinou, nesta sexta-feira (31), um decreto que regulamenta o poder de polícia da Fundação Nacional dos Povos Indígenas (Funai). A medida permite que a fundação atue com mais autonomia na proteção dos territórios indígenas, combatendo invasões e infrações ambientais nesses espaços.


O decreto define as regras para que a Funai previna e coíba ocupações ilegais, proteja o patrimônio cultural indígena e garanta o usufruto exclusivo das riquezas naturais desses territórios. A regulamentação também detalha quais ações poderão ser adotadas contra infratores e como a fundação poderá contar com o apoio das forças de segurança.


A seguir, veja os principais pontos da nova norma.


O que muda com o novo decreto?


A regulamentação estabelece que a Funai pode atuar diretamente para prevenir e punir infrações que coloquem em risco os direitos dos povos indígenas. O órgão passa a ter autonomia para interditar acessos a terras indígenas, retirar invasores e aplicar sanções a quem descumprir a legislação.


Entre as principais infrações previstas estão:

- Entrada ilegal de não indígenas em terras protegidas;

- Construções e atividades econômicas não autorizadas nos territórios;

- Uso indevido da imagem de indígenas para fins comerciais;

- Destruição de placas e marcos delimitadores das terras indígenas;

- Remoção forçada de grupos indígenas de seus territórios.


O decreto estabelece que os responsáveis por essas infrações poderão ser penalizados e obrigados a reparar os danos causados.


Medidas que a Funai poderá tomar


Com o poder de polícia regulamentado, a Funai poderá adotar medidas cautelares imediatas em caso de risco iminente aos direitos indígenas. As principais ações incluem:


-Interdição de áreas: a Funai poderá restringir o acesso de terceiros a terras indígenas por tempo determinado.

- Retirada compulsória de invasores: caso infratores não deixem voluntariamente a área, a fundação poderá determinar sua remoção.

- Notificações e advertências: invasores poderão ser notificados previamente e orientados a cessar as atividades ilegais

- Apreensão e inutilização de bens usados em infrações: equipamentos e materiais usados para exploração ilegal das terras indígenas poderão ser confiscados.

- Solicitação de apoio policial e militar: a Funai poderá pedir a colaboração da Polícia Federal, das Forças Armadas e de outras forças de segurança para garantir a proteção dos territórios indígenas.


Maior articulação com a Justiça


A norma também determina que a Funai produza relatórios detalhados e encaminhe denúncias às autoridades competentes, permitindo que medidas administrativas e judiciais sejam adotadas para responsabilizar infratores.


O decreto fortalece o papel da Funai como órgão central na fiscalização e proteção dos direitos indígenas, garantindo mais autonomia para impedir invasões e combater crimes ambientais em terras protegidas.


Com a regulamentação, a expectativa do governo é que a proteção dos territórios indígenas seja reforçada, evitando conflitos fundiários e preservando os direitos das comunidades originárias. O decreto já está em vigor.


Foto: AFP

(Com o G1)

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