A seleção brasileira oscilou, mas fez a lição de casa na primeira rodada da disputa do futebol feminino nas Olimpíadas de Paris-2024. Graças a um passe inteligente da Rainha Marta e à pontaria de Gabi Nunes, a equipe comandada pelo técnico Arthur Elias bateu a Nigéria por 1 a 0, no Estádio Matmut Atlantique, em Bordeaux, nesta quinta-feira.
O duelo com as nigerianas foi, em tese, o de menor nível de dificuldade dentro do Grupo C, no qual também estão o Japão e a atual campeã mundial Espanha.
Em partida disputada também nesta quinta, as espanholas bateram as japonesas por 2 a 1, por isso têm três pontos, na liderança, à frente do Brasil, que está em segundo por desvantagem no número de gols marcados. As brasileiras voltam a campo no domingo, para enfrentar o Japão, às 12 horas de Brasília, antes de desafiar a Espanha, dia 31.
Depois de 15 minutos iniciais de jogo truncado, a Nigéria teve um ótimo momento de imposição ofensiva, aproveitando-se da fragilidade demonstrada pelo Brasil no meio de campo. Coube à goleira Lorena, jogadora do Grêmio, salvar o Brasil com duas ótimas defesas em sequência após perigosas finalizações nigerianas. A agressividade das adversárias, contudo, não se manteve e houve espaço para a seleção crescer na partida.
Bem posicionada, a atacante corintiana Gabi Portilho teve duas boas oportunidades, a segunda delas dentro da pequena área, em lance no qual fez a bola passar rente à trave direita da goleira Nnadozie. As brasileiras continuaram penando para lidar com o jogo físico da Nigéria até os minutos finais do primeiro tempo, quando passou a encaixar melhor a transição para chegar ao ataque.
Marta chegou a balançar a rede, mas o lance foi anulado porque Portilho, autora do passe, estava impedida. Pouco depois da anulação, a Rainha apareceu novamente, desta vez como responsável por um ótimo passe nas costas da defesa para Gabi Nunes, que saiu livre na cara do gol e colocou na rede, aos 36 minutos. A seleção foi para o intervalo com uma baixa importante, já que a lateral-esquerda Tamires, uma das líderes do grupo, sentiu dores no tornozelo e foi substituída por Yasmin, sua companheira de Corinthians.
O Brasil voltou para o segundo tempo mostrando mais capacidade de controlar o jogo. Conseguia ficar com a bola nos pés e rodá-la com certa tranquilidade, inclusive com bastante participação de Lorena, como gosta Arthur Elias. Com paciência, conseguia encontrar espaços e criar jogadas interessantes no ataque, ao mesmo tempo em que não se colocava frente a maiores riscos defensivos.
Apesar disso, o volume ofensivo não era muito grande, até porque faltava aproximação entre as jogadores, o que dificultava a quebra das linhas nigerianas. Bolas longas para as pontas apareciam como alternativa para incomodar um pouco mais a defesa adversária, mas nem sempre o recurso rendia bons frutos. Os minutos finais foram de sofrimento, com a Nigéria mas ativa no ataque, porém não o suficiente para buscar o empate.
Estadão Conteúdo