Indígenas invadem Seduc para cobrar ensino presencial nas aldeias extinto pelo Estado

Manifestação é “ordeira”, desde que Secretaria admita negociar, adverte um cacique presente; manifestantes sugerem que crédito carbono estaria por trás de suposto acordo com governo.

14/01/2025 11:15

Grupo forçou a entrada no portão principal da Seduc no início do expediente de ontem; PM esteve no local e negociou com manifestantes/Fotos: Divulgação-Redes Sociais.


I

 

ndígenas e professores do Sistema Modular de Ensino (Some) e do Sistema Modular de Ensino Indígena (Somei), ambos da Secretaria de Educação do Pará (Seduc), fazem desde as 6 horas desta terça-feira, 14, uma manifestação de protesto, com ocupação da sede da Secretaria, na avenida Augusto Montenegro, em Belém. A Polícia Militar do Pará está no local e a situação segue tensa.

 

O Some e Somei são entidades que levam educação pública ao interior do Pará, desde 1980, “mudando destinos com a educação pelo respeito e valorização às comunidades ribeirinhas, caiçaras, quilombolas e indígenas”, como está na identificação desses grupos em um perfil no Instagram. Na manifestação, estão presentes lideranças dos povos Munduruku, Tembé, Xikrim, Borari, Arapium e outros, totalizando mais de 100 indígenas, segundo avaliação da Polícia Militar.

 

Sem aulas presenciais

 

Professores e alunos indígenas protestam contra a decisão dos gestores da Seduc de mudar a forma como o ensino será levado a essas comunidades, depois que uma portaria, publicada no ano passado, mudou a forma como o ensino será ministrado: ao invés de ter aulas presenciais, com professores orientando os alunos, a nova forma com aulas por meio de vídeos que seriam transmitidos de uma central de ensino localizada em Belém. 

 

As comunidades ribeirinhas, caiçaras, quilombolas e indígenas, além dos professores, protestam porque dizem que essa forma de ensino não é eficiente e apontam também que, nessas localidades, muitas das vezes, nem energia elétrica existe. 

 

Reunião e protesto

 

Na segunda-feira, 13, indígenas da região oeste do Pará se reuniram com os professores do Some e Somei articulando uma forma para um encontro com o titular da Seduc, Rossieli Soares. Durante a madrugada desta terça-feira, 14, outros povos, de outras partes do Estado, chegaram para se juntar ao movimento. 

 

Por volta das 6h30, o grupo chegou à sede da Seduc, que estava com os portões fechados. O grupo forçou o portão principal, o abriu e entrou, seguindo para o prédio principal da Secretaria. Os indígenas entoavam cantos típicos de suas aldeias, seguidos pelos professores. 

 

Por volta das 7 horas, um batalhão de choque da PM chegou ao local. As primeiras providências dos policiais foram cortar a energia do prédio e jogar spray de pimenta nos banheiros, impedindo assim que as pessoas os utilizassem. 

 

Suspeita de acordo

 

A portaria publicada no ano passado acaba com a lei do Some, desfigurando-o totalmente, e impõe o Centro de Mídias da Educação Paraense da Seduc (Cemep), “além de outras medidas que tiram os direitos do magistério no Pará, como um todo”, segundo denunciam os professores. 

 

As denúncias dos professores também mostram que há inúmeros indígenas estudando no Some e não no Somei, que é específico dos indígenas. Os indígenas que estudam no Some acusam as lideranças de fazer acordo com o governo, sem consultar as demais lideranças, além de cobrar valores bem altos nos créditos de carbono para o governo do Estado. 

 

As lideranças indígenas teriam ameaçado o governo do Estado de que se o sistema Cemep for instalado nas aldeias, “eles tomariam medidas radicais e envergonhariam o governo perante o mundo, além de manchar a COP30”.



 

Papo Reto

 

· Fafá de Belém (foto) será tema do longa “Fafá - A Garota do Norte”, que vai mostrar a trajetória dela, desde jovem, até se tornar a estrela do movimento Diretas Já, em 1984.

 

· As filmagens serão em Belém, Salvador, Rio de Janeiro e São Paulo. No entanto, a atriz que vai interpretar Fafá ainda não foi definida, mas outra paraense, Dira Paes, está no elenco.

 

· O roteiro é de Michelle Ferreira e Renata Mizrahi, com direção dos irmãos Iberê e Maíra Carvalho. Além desse filme, uma produção do Canal Brasil vai mostrar em um documentário os 50 anos de carreira que Fafá completa em 2025. 

 

·  O tempo fechou, de novo, entre Michel Temer e Lula da Silva depois que o petista insistiu na mofenta narrativa de que o impeachment de Dilma foi um “golpe”.

 

· O processo foi absolutamente constitucional e, portanto, legítimo, amparado que pelos poderes Legislativo e Judiciário, rebate Temer.

 

· Não há mais nenhuma dúvida: as mortes por dengue superaram os óbitos por covid-19 em 2024, diz o Ministério da Saúde.

 

· Com toda razão, muitos ficam a se perguntar o que seria do Brasil se a pandemia tivesse ocorrido no atual governo. 

 

· Ao mesmo tempo em que o Itamaraty diz acompanhar "com grande preocupação" a perseguição do governo Maduro a opositores, líderes do PT se juntaram para "representar" o governo chefe Lula na posse do ditador.

 

· No Brasil, alguns governadores criticaram a conduta brasileira, já que o governo federal diz não reconhecer oficialmente a vitória de Maduro.


· Verdade verdadeira: o Itamaraty chegou tarde para dizer o que diz. A nota divulgada sábado não mostra tanta preocupação do governo brasileiro, tanto que continua chamando de “governo” a ditadura de Maduro.

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