Chega ao município de Belém, capital do Pará, o Hacklab Volante, um micro-ônibus adaptado que mistura ateliê, oficina, galeria de arte, museu de engenhocas e feira de ciências itinerante, patrocinado pelo Instituto Cultural Vale, por meio da Lei Federal de Incentivo à Cultura. O público poderá conhecê-lo gratuitamente, interagindo com seu acervo de arte multimídia e gambiarras. Entre 13 e 24 de novembro, o projeto circula por Belém, Ananindeua e pelos distritos de Icoaraci e Mosqueiro, oferecendo oficinas a estudantes de escolas públicas e visitação ao “busão”.
As visitas serão guiadas por monitores que apresentarão os conceitos científicos e artísticos das obras. Elas duram em torno de 10 minutos e são feitas em grupos de 6 a 8 pessoas. A exposição conta com quase 20 obras de nove artistas, como Fred Paulino, artista visual, curador e idealizador do projeto (foto no abre do release); os também mineiros Marcelo Kraiser e Sara Lana; o paulista Arthur Joly; e o argentino Jorge Crowe, entre outros (veja lista completa no final).
Além das obras em exposição, o projeto leva conteúdos educativos, experiências eletrônicas, incentivo ao uso de fontes de energia sustentável e demonstrações de funcionamento de materiais eletroeletrônicos e manejo de ferramentas.
Também fazem parte do Hacklab Volante os “Businhos”, oficinas de iniciação à eletrônica e ao design de produtos. Em Belém, a atividade educativa vai acontecer em escolas municipais do município, com estudantes do 3º ao 5º ano. A metodologia adotada estimula a criatividade e o espírito inventivo dos participantes, com construção e customização de um adereço em formato de ônibus, contendo LED’s pisca-pisca e componentes eletrônicos.
A turnê do Hacklab Volante teve início em Minas Gerais e já passou pelo Maranhão até chegar em terras paraenses, onde passou por Tucumã, Canaã dos Carajás, Parauapebas, Marabá e se encerra na Grande Belém.
Sobre o Hacklab Volante
O Hacklab Volante é um laboratório que leva a espaços públicos atividades de formação em arte e tecnologia, combinadas de modo a incentivar a sustentabilidade ambiental e econômica. Ele parte de conceitos do movimento Gambiologia, que se inspira na gambiarra para aplicação na arte contemporânea, um dos fundamentos do movimento. Fred Paulino, coordenador geral e pedagógico do projeto, explica que ele se propõe a “discutir a tecnologia como ferramenta de transformação social, estimular o pensamento crítico e promover acesso e melhor compreensão do público em geral ao universo eletrônico”.
O veículo é uma escultura eletrônica ambulante com estética nada minimalista, que chama atenção com sua sinalização artística diferenciada. Nele, habitam obras interativas, esculturas mecânicas, jogos eletrônicos, energia solar, sintetizadores, arte sonora, engenhocas e “o menor cinema do mundo”, uma cabine de exibição para apenas duas pessoas.
Em 2023, o ônibus-ateliê-galeria está cruzando as fronteiras de Minas Gerais pela primeira vez. Até dezembro, ele vai passar pelo Maranhão (São Luís, Arari e Imperatriz) e Pará (Tucumã, Canaã dos Carajás, Parauapebas, Marabá e Belém) antes de retornar a Belo Horizonte. A estimativa de público é de quase dez mil pessoas, entre visitantes, alunos e professores atendidos pelo projeto.
Fred Paulino comemora a circulação em outros estados e o consequente aumento do público atendido. “Isso acaba consolidando nossa maneira de trabalhar. Sempre foi um desafio para nós ampliar a escala de atendimento, mantendo o formato presencial. Temos uma longa trajetória de oficinas de formação, sempre mais direcionadas a públicos menores. Agora estamos conseguindo alcançar essa forma de democratização. Pela primeira vez vamos atingir um número tão grande de pessoas em um projeto com viés educativo”, afirma.
O ônibus conta com recursos de acessibilidade, como estratégia de ampliação e diversificação de público: intérprete de libras em duas diárias de exposição (Ver-o-Rio e Mosqueiro), rampa de acesso para cadeirantes e audioguia para uso por pessoas com deficiência visual.
O projeto Hacklab Volante é uma realização do Gambiologia, Ministério da Cultura e Instituto Cultural Vale, viabilizado por meio da Lei de Incentivo à Cultura. Em Belém, conta com apoio da Usina da Paz - Governo do Pará e da Fundação Cultural do Município de Belém - FUMBEL.
GAMBIOLOGIA
Completando 15 anos de existência, o projeto Gambiologia começou como uma campanha, consolidou-se como coletivo e evoluiu para uma plataforma aberta de investigação criativa e conceitual. Arte, educação, tecnologia, design, experimentação, sustentabilidade e reaproveitamento de materiais se combinam no conceito e na prática da gambiarra.
A proposta é pesquisar, adaptar, improvisar e combinar elementos na criação de objetos, engenhocas e artefatos que transitam entre o eletrônico, o decorativo, o funcional e o artístico. Os resultados podem ser obras de arte ou peças utilitárias. Em gambiologia, o que importa é inventar, resgatar objetos descartados e descobrir, de forma criativa e inusitada, novas funções e maneiras de utilizá-los.
Programação - Belém
Icoaraci
13/11 - segunda
Oficina voltada aos alunos
Escola Municipal de E.F. Profº Alfredo Chaves
Endereço: R. Dois de Dezembro - Cruzeiro
14/11 - terça
Visitação aberta ao público
Praça da Matriz
8h às 11h
16h às 19h
Ananindeua
16/11 e 17/11 - quinta e sexta
Visitação aberta ao público
Usina da Paz Icuí-Guajará
15h às 21h
Belém
19/11 - domingo
Visitação aberta ao público
Ver-o-Rio
16h às 22h
20/11 - segunda
Oficina voltada aos alunos
Escola Municipal de Ensino Fundamental (EMEF) Honorato Filgueiras
Endereço: Tv. de Breves, 660 - Jurunas
22/11 - quarta
Visitação aberta ao público
Praça da República - Teatro da Paz
8h às 11h
16h às 19h
Mosqueiro
23/11 - quinta
Oficina voltada aos alunos
Escola Municipal de Educação Infantil e Ensino Fundamental Profº Abel Martins e
Silva
24/11 - sexta
Visitação aberta ao público
Praça da Vila
8h às 11h
16h às 19h
Fonte: Divulgação
Foto: Alexandre Rezende