As famílias dos reféns israelenses que estão na Faixa de Gaza decidiram realizar protestos mais fortes contra o primeiro-ministro de Israel, Binyamin Netanayhu, para pressionar Israel a aceitar um acordo com o grupo terrorista Hamas para um cessar-fogo e a libertação dos sequestrados.
Nesta semana, parentes dos reféns invadiram uma sessão do Parlamento israelense e protestaram em frente à casa de Netanyahu em Jerusalém.
Os familiares de reféns israelenses também planejam para esta quinta-feira, 25, um protesto no posto de fronteira de Kerem Shalom, para impedir a entrada de ajuda humanitária em Gaza.
Ontem, na quarta-feira, 24, manifestações separadas, ao longo do dia, prejudicaram a entrada de 114 caminhões com ajuda humanitária, segundo a ONU. Os veículos foram redirecionados e entraram no enclave palestino através do posto de Rafah, no Egito. Outros nove caminhões conseguiram passar através de Kerem Shalom. A ONU não informou se o número de veículos de ajuda humanitária a Gaza chegou a ser reduzido em razão dos protestos
O Fórum de Famílias de Reféns e Pessoas Desaparecidas, o grupo que representa os familiares dos reféns israelenses, disse em um comunicado que o objetivo do protesto desta quinta-feira, 25, é "interromper a ajuda ao Hamas até que todos os reféns voltem para casa".
Israel abriu a passagem de Kerem Shalom em dezembro, após pressão dos Estados Unidos para acelerar o fluxo de ajuda humanitária para Gaza, onde a maioria dos 2,2 milhões de civis do território enfrenta uma escassez extrema de fornecimentos básicos e corre o risco de morrer de fome.
"Precisamos lembrar ao primeiro-ministro todas as manhãs, todas as tardes e todas as noites que ainda há reféns", disse Ruby Chen, americana que mora em Israel e que participou na quarta-feira, 24, de um protesto na porta da casa de Netanyahu exigindo a libertação de seu filho Itay, de 19 anos, que está no enclave palestino.
"Ele parece ter outras coisas em sua agenda", disse Chen sobre Netanyahu, "mas não vamos a lugar nenhum. Precisamos de nossos filhos de volta."
Chen disse que era "responsabilidade do Estado trazer os seus cidadãos de volta para casa" e que "há um contrato entre o povo e o governo que foi quebrado em 7 de outubro, quando crianças e famílias foram arrancadas de suas camas de pijama."
No dia 7 de outubro, terroristas do Hamas invadiram o território israelense e mataram 1.200 pessoas, além de terem levado 240 como reféns para a Faixa de Gaza. Após o maior ataque terrorista da história de Israel e o maior sofrido por judeus desde o Holocausto, as Forças de Defesa de Israel (FDI) iniciaram uma ofensiva com bombardeios aéreos e invasão terrestre em Gaza que deixou mais de 25 mil mortos, segundo números contabilizados pelo ministério da Saúde de Gaza, que é controlado pelo grupo terrorista Hamas.
Negociações
Em Novembro, o Hamas libertou 105 reféns em troca de 240 palestinos que estavam presos em Israel. Negociações que ocorreram depois disso não resultaram em um acordo. Na terça-feira, 23, o grupo terrorista Hamas rejeitou uma proposta israelense de um cessar-fogo de dois meses.
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Segundo Tel-Aviv, cerca de 132 reféns israelenses continuam em Gaza, mas o governo israelense já anunciou a morte de mais de 20 deles, o que aumenta o desespero das famílias.
Para obter a libertação de Gilad Shalit, um soldado israelense que foi sequestrado em junho de 2006 e detido até Outubro de 2011, Israel libertou mais de 1.000 prisioneiros palestinos. Entre eles estava Yahya Sinwar, o líder do Hamas em Gaza, que Israel considera o mentor do ataque de 7 de outubro.
Organizações pelos direitos das mulheres também se manifestaram na quarta-feira em protestos espalhados por Israel, expressando preocupação com todos os reféns, mas especialmente com as mulheres, que são vulneráveis à agressão sexual.
Estadão Conteúdo (Com agências internacionais)