Escolha do novo reitor da Uepa deve acabar na Justiça; Comissão Eleitoral nega recursos

Indeferimento de recursos por conta de supostos equívocos durante eleição atinge todos os concorrentes ao cargo, abrindo caminho para ação do MP.

14/04/2025, 11:00
Escolha do novo reitor da Uepa deve acabar na Justiça; Comissão Eleitoral nega recursos
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assadas a apuração e divulgação preliminar do resultado das eleições para escolha do novo reitor da Universidade do Estado, a Uepa, o processo seguiu seu rumo normal, com a fase de recursos. A fase foi inglória para a oposição. A comissão é presidida por um servidor que detém um cargo de confiança na gestão do atual reitor e candidato à reeleição, Clay Chagas, logo, cumpre suas ordens expressas e nega, a ferro e fogo, até o mais óbvio recurso dos concorrentes de oposição e acatar até o mais ingênuo dos recursos da chapa de situação.

A prova está pareceres dados aos recursos das duas chapas.

Processo de escolha de candidatos correu bem até os debates, mas, depois da eleição, pipocaram denúncias das chapas de situação e oposição/Fotos: Divulgação.

Erros e acertos

A Chapa 1, da situação, entrou com recurso para impugnar a urna de técnicos de Muaná, e mostrou que uma estudante que também trabalha como técnica administrativa temporária votou nesta urna porque seu nome constava lá também. A confusão de listas de votantes é apenas uma das muitas lambanças da Comissão Eleitoral, que julgou por unanimidade que a referida urna deveria ser impugnada - e o fez corretamente, verdade seja dita.

A Chapa 2, de oposição, entrou com recurso para impugnar a urna de técnicos da Reitoria e mostrou, com a lista de frequência assinada, que diversos servidores aposentados - inclusive por aposentadoria compulsória - votaram, contrariando o regimento que a própria Comissão Eleitoral escreveu.

A Chapa 2, de oposição, também entrou com recurso para impugnar a urna em que uma professora licenciada para exercer mandato de prefeita em um município do sudeste do Pará votou e assinou a lista de frequência. Além disso, também entrou com recurso para impugnar a urna em que uma professora que vive em Portugal há quatro anos supostamente votou, já que assinou com uma rubrica considerada confusa.  Nesta urna também há votos de aposentados, inclusive de forma compulsória.  Resposta lacônica da comissão a todos esses recursos: indeferido - tão limitada de argumentos quanto de razão que não se deu ao trabalho de explicar as gritantes irregularidades.

Como é do rito processual da Universidade, os que se sentem prejudicados devem recorrer ao colegiado máximo da instituição, o Conselho Universitário. Feito isso, por ser formado em sua maioria por professores ocupantes de cargos comissionados na Reitoria, os mesmos recursos da Chapa 2 foram “tratorados” e também indeferidos, apesar das argumentações e provas apresentadas a todos os conselheiros.

Com uma ausência elevada de membros, a sessão extraordinária terminou com 27 votos pela manutenção das urnas irregulares e apenas sete votos pela impugnação.

Batalha anunciada

É válido lembrar que apenas três urnas apresentam dúvidas quanto a assinaturas e votos de aposentados, contrariando o regimento. Logo, a impugnação destas urnas supostamente viciadas não implicaria prejuízos ao processo de composição da lista que seguirá para a indicação do governador, mas deixaria o processo mais limpo e digno de uma Universidade.

Diante dos fatos, o Ministério Público será convidado a se aproximar da Comissão Eleitoral e aponta mais uma eleição judicializada e com potencial para ser decidida nos tribunais.

A segunda batalha está declarada. 

Papo Reto

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·Como diz um líder da oposição, "no superávit artificial tecido pelo governo, nem ele mesmo acredita."

·A partir de hoje, o governo federal vai aplicar vacinas contra a febre amarela, tríplice viral - sarampo, caxumba e rubéola; tríplice bacteriana e HPV nas escolas públicas do País.

·A Polícia Federal e a Funai apreenderam fuzil, munições e mercúrio na terra indígena da etnia Kayapó, no sudeste do Pará.

·Nada é capaz de deter a engenhosidade e a lábia sem fim dos bandidos, que fizeram as fraudes no Pix explodirem no País em 2024: quase 400 mil casos por mês, diz o Banco Central.

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