Guayaquil assim como outras importantes cidades equatorianas como a capital Quito, vive um clima de guerra nos últimos dias. A onda de violência que se abateu sobre o país teve inicio após a fuga, no domingo, 7, de Adolfo Macías, de 44 anos, conhecido como Fito, chefe da gangue Los Choneros, principal grupo do narcotráfico em atuação no Equador e com ligação com o Cartel de Sinaloa, do México. Fito seria o responsável pela morte do candidato à presidência nas últimas eleições, Fernando Villavicencio.
Com exclusividade, o Portal manteve contato com o proprietário de um hotel localizado no centro de Guayaquil. Sob o sigilo do nome, o empresário nos relatou o clima de violência vivido na cidade que recebeu a Copa Libertadores em 2021. Um retrato da instabilidade foi a ação de criminosos que invadiram ontem, 9, as instalações da TC Televisión de Guayaquil, onde ameaçaram reféns. Os criminosos acabaram sendo presos.
Outros criminosos teriam ainda invadido universidades e hospitais, causando mais caos na cidade com 2,5 mi habitantes, a mais populosa do Equador. O país está em estado de exceção, decretado pelo presidente Daniel Noboa, e as Forças Armadas estão nas ruas. O toque de recolher foi decretado também, das 23h às 5h.
Comércio fechado
“Todos os negócios fecharam no centro da cidade”, conta o proprietário que em 2021 recebeu muitos torcedores do Flamengo por conta da final da Copa Libertadores, que teve a cidade de Guayaquil como sede. Naquele ano, a violência deu uma trégua, e o governo teria negociado com líderes do tráfico de drogas.
A imprensa local tem divulgado a invasão de locais públicos, o que segundo o empresário, seria uma estratégia dos narcotraficantes de “generar o caos” (gerar o caos).
Correria nas ruas
O empresário conversou com o Portal por meio do WhatsApp e enviou uma série de imagens do caos instalado em Guayaquil. Em um dos vídeos há uma conversa tensa de um casal, dentro de um carro, quando trafegavam na avenida del Bombero, Sector Ceibos. Homem e mulher observam a correria em uma avenida. Pessoas correm em uma passarela e no asfalto. A ação de policiais e um suposto baleamento dentro de uma van também são narrados pelo casal.
O empresário, de 36 anos, que está à frente do hotel há 19 anos, diz que é a primeira vez que acontece algo assim. Sobre as medidas do presidente Daniel Noboa, o equatoriano opinou. “Temos um novo governo, neste momento você pode ver as ações que ele toma para acabar com o crime”, avalia.“O que tem sido vivido no Equador desde o ano passado, os níveis de criminalidade nunca foram vistos antes no país”, enfatiza o empresário, e lembrou que a corrupção é algo ainda muito presente dentro da polícia, o que colaborou para a fuga de líderes do narcotráfico.
Fonte: Portal Olavo Dutra