ma decisão judicial do Tribunal de Justiça do Pará afastou do comando do Grupo Hileia, em Castanhal, Hélio de Moura Melo Filho e Sérgio de Oliveira Gabriel, que estavam na diretoria da empresa por força de uma decisão judicial anterior, de primeira instância. Na segunda instância, no TJ, o desembargador Alex Centeno julgou um agravo e restituiu aos postos de diretores da empresa Pedro Araújo, Silvio Gabriel e Maria Luzinete Araújo.
O
agravo de instrumento contra Hélio Filho e companhia foi uma ação de uma das
sócias, Débora Paes Gabriel, contra a decisão anterior da 2ª Vara Cível de
Castanhal, que suspendeu os efeitos da Assembleia Geral Extraordinária da
empresa Hiléia, realizada em 27 de novembro do ano passado. Essa decisão da
primeira instância foi pelo afastamento dos diretores e conselheiros eleitos em
assembleia, e agora restabelecidos com a decisão do desembargo.
Na
decisão, o desembargador teve o entendimento de que a concessão de medidas
judiciais em assembleias empresariais deve observar os limites do pedido
inicial, sob pena de nulidade, e que a “intervenção judicial em disputas
empresariais deve pautar-se pela mínima interferência, assegurando a autonomia
dos acionistas e o respeito à Lei De Liberdade Econômica”, o que parece ser o
caso de Hileia, envolvida em uma história complexa de quem fica com o comando
do grupo, hoje uma sociedade anônima, na qual o controle acionário está
nas mãos de três famílias:Araújo, Melo e Gabriel.
Três braços e uma disputa
Filho
de um dos sócios fundadores, Hélio Melo herdou o controle da empresa com os
irmãos. Já a família Gabriel entrou na Hileia em 1994, quando o engenheiro
mecânico Sílvio Gabriel, envolvido com a empresa como técnico desde seu estágio
na faculdade, assumiu a diretoria Industrial. Em setembro de 2012, com o
falecimento de Sílvio Gabriel, a direção industrial foi transferida para seu
irmão, Sérgio Gabriel.
Na
família Araújo, Odilardo Júnior havia iniciado como estagiário na Hileia em
1987 e, ao ser efetivado, assumiu uma posição na área
administrativo-financeira, crescendo dentro da empresa. Hoje, a família Araújo
é representada pela holding “Araújo Participações". A
família Melo segue com Hélio Melo Filho como acionista principal, junto com os
irmãos.
O
detalhe é que o afastamento do comando da Hileia é o segundo que Hélio Moura
Filho enfrenta nos últimos dias. É que, recentemente, uma outra decisão
judicial o afastou da diretoria da Federação das Indústrias do Pará (Fiepa. Ou
seja: é uma pessoa que, no momento, nenhuma diretoria deseja
ter para chamar de sua.
Os pivôs da briga
O
grupo supostamente seria representado também pelo espólio do pai, Hélio Moura
Melo, que faleceu em 2007, quando seu filho Hélio foi nomeado inventariante e
passou a votar na empresa em nome do espólio, o que ocorria até ano passado,
sendo que uma investigação interna apontou que esse espólio já havia sido
extinto em 2007, mas era usado para ocultar bens de credores desse braço
familiar, o dos Melo.
Na
família Gabriel, a situação também é delicada com os vários acionistas,
herdeiros de Maria Perpétua Gabriel e Silvio de Oliveira Gabriel. Após a morte
do pai, o filho Sérgio Gabriel enganou a mãe, Maria Perpétua, e o irmão Silvio
Gabriel Filho, e seguiu, de forma fraudulenta, com o controle acionário desse
braço familiar.
A briga como ela é
Os
demais herdeiros, que discordam do tio, foram naturalmente afastados. Era o
caso de Silvio Filho e Débora Gabriel, que agora ganham essa parte da batalha
com a decisão do desembargo. Ao lado desse braço familiar, figuram ainda Paulo
Gabriel, Felipe Gabriel, Nissar Gabriel e Thais Gabriel.
Nos
últimos dois anos, as cobranças desses herdeiros, antes excluídos de todo o
processo, se intensificaram, e esses herdeiros ganharam o apoio do então
diretor financeiro Odilardo Júnior que, por sua vez, ganhou o ódio da dupla
Sérgio Gabriel e Hélio Moura Melo Filho.
Briga por mudanças
Com
um dossiê completo, ao qual a Coluna Olavo Dutra teve acesso
em março deste ano, o grupo de sócios descontentes convocou uma nova assembleia
geral extraordinária para aquele mês, mas que também foi adiada por muitas e
sucessivas brigas com intervenções judiciais para lá de suspeitas.
Os
detalhes dessa briga foram divulgados em março deste ano com exclusividade pela
coluna. Veja no link:
Papo Reto
· Com o enredo “Pororocas Parauaras: as águas dos meus
encantos nas contas dos curimbós”, a Escola Acadêmicos do Grande Rio, de
Caxias, no Rio de Janeiro, firmou um patrocínio de R$ 15 milhões com o governo
do Pará, o maior já registrado na história dos desfiles das escolas de samba
cariocas.
· O investimento reforça a parceria entre a Grande Rio e o
estado, e, além do desfile na Marquês de Sapucaí, o governo do Pará anunciou
que irá haverá telões em cidades como Belém, Santarém e Marabá, permitindo que
a população acompanhe a apresentação ao vivo e celebre a homenagem em tempo
real.
· Paola Oliveira (foto) paga o ingresso, com todo o
respeito.
· Ontem, na entrega da reforma do Mercado de São Brás, uma
prosaica goteira resolveu dar as caras, depois do temporal que caiu sobre
Belém, momentos antes do início da cerimônia.
· Nada que impedisse a festa, que prossegue nesta
quinta-feira, com muitos fogos de artifício e projeção de vídeo-mapping na
fachada do prédio. Mas urge que se combine com São Pedro para que ele mande
menos chuva e não atrapalhe a festa.
· Em tempo: urge também acionar os construtores para
reparar a falha. Quem sabe se não vai chover forte durante a COP30...
· No assunto: a Prefeitura de Belém informa que os antigos
permissionários continuam no mercado, mas, agora, é nos fundos, na saída para a
antiga feira, que continua em atividade.
· Outra novidade é que os vendedores de móveis que ficavam
no prédio vão ser deslocados para a antiga loja Yamada, que passa a ser um
Centro Moveleiro, mas nada disso está em atividade: ocupar devidamente o espaço
passa a ser missão do novo prefeito de Belém.