Edmilson Rodrigues sai de cena, mas deixa “puxadinho” do Psol como herança para Igor

Pacote inclui até o ex-chefe de gabinete Aldenor Jr., que, na soma total, inclui nove nomeações feitas através da Arbel, onde prefeito Igor Normando só poderá mexer em 2028.

03/01/2025, 08:00
Edmilson Rodrigues sai de cena, mas deixa  “puxadinho” do Psol como herança para Igor
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ara o bem ou para o mal - caso pensado ou não -, Edmilson Rodrigues deixou uma pequena “herança administrativa” para o sucessor Igor Normando, do MDB, incluindo o que se poderia chamar de “joia da coroa”. Explica-se.


Ex-prefeito deixa nove pessoas de sua confiança na gestão Igor Normando, incluindo Aldenor Jr., ex-chefe de Gabinete/Fotos: Divulgação-Redes Sociais

  Além de pelo menos um auxiliar do ex-prefeito ter sido nomeado por Igor Normando - André Cunha, que foi secretário de Turismo de 2021 a 2024, é secretário de Desenvolvimento Econômico -, fica encastelado na ilharga de nova gestão ninguém mais do que o ex-chefe de Gabinete de Edmilson Aldenor Jr, a “joia da coroa”, por assim dizer. Mesmo hoje, é impossível dissociar Edmilson e Aldenor, mas Igor Normando terá quatro anos para “engolir” essa herança.  

 

Para todos os efeitos, tenha sido ou não “manobra” de Edmilson Rodrigues, a Agência Reguladora de Belém, Arbel, que diz que fiscaliza o fornecimento de água no município, passa a ser chamada de "puxadinho" do Psol na gestão Normando. Teria sido o “jeitinho” que Edmilson Rodrigues encontrou para abrigar pessoas da confiança dele na gestão do MDB. 

 

Na edição do dia 31 de dezembro de 2024 do Diário Oficial de Belém, página 32, estão as nomeações de Aldenor Jr., que era chefe de gabinete de Edmilson, e de Enize Vidigal, jornalista que sempre assessorou a comunicação de Edmilson, para cargos DAS - com salários bem altos, bem alto, diga-se de passagem -, na Arbel. Ele como ouvidor autárquico, e ela, como chefe de Núcleo de Comunicação e Imprensa. As nomeações foram assinadas pelo atual diretor-presidente da Agência, Ricardo Brandão Coelho, com as nomeações valendo desde o dia 1 de janeiro de 2025.  

 


 

Prazo de validade

 

A suposta manobra tem prazo de validade: deve durar, pelo menos, quatro anos, uma vez que a direção da Arbel, sendo uma autarquia, independe do prefeito que está no cargo, isto é, Ricardo Coelho vai ficar no cargo até 2028, porque assumiu, depois de ter sido sabatinado pelos vereadores da Câmara Municipal de Belém, em junho de 2024. A quem interessar possa: a Arbel é um obscuro órgão da Prefeitura de Belém, tanto que não “apita nada” na gestão, mas, pelo visto, também “não fez água”, como se vê. O certo é que a herança deixada por Edmilson para Igor Normando soma um total de nove nomeações, parte delas assinadas perto da virada do ano pelo presidente da Agência Reguladora.

 

Pauta do dia

 

Não bastassem essas nomeações para provar que Edmilson diz que foi, mas ficou aqui mesmo, há mais uma, de certo modo bem delicada para quem é do ramo: Ed não exonerou nenhum integrante da quase ex-Comus - todos os jornalistas continuam nomeados e estão no fio da navalha, inclusive aqueles que foram mais ativistas do que jornalistas. Como parece óbvio que o novo prefeito tem planos para acomodar os seus, há que abrir espaço desacomodando os do ex-prefeito.

 

Arguição na Câmara

 

Veja o que disse a Arbel na página do Instagram após a arguição na Câmara de Vereadores: A Câmara de Belém realizou sessão de arguição dos novos dirigentes da Agência Reguladora de Belém (Arbel). Esta sessão se faz necessária de acordo com a Lei 9.576/20.


A prefeitura apresentou os seguintes nomes aos cargos: Ricardo Brandão Coelho, para o cargo de diretor-presidente; Georgina Tolosa Galvão, para o cargo de diretora Autárquica e Valéria de Nazaré Santana Fidelis, para diretora autárquica.


A lisura do processo de arguição foi atestada pelos vereadores de Belém, onde os mesmos verificaram os requisitos exigidos dos nomes indicados a compor a atual presidência e diretoria que ficarão à frente do órgão pelos próximos 4 anos.


“Estou satisfeito e grato pela oportunidade e desafio de conduzir essa pasta nos preceitos da transparência e da honestidade. Vamos criar novos projetos dentro das possibilidades e alcances legais. A Arbel já vem desenvolvendo suas atividades integradas com o Poder Executivo para que Belém mantenha seu pleno desenvolvimento. Tenho certeza que junto com os diretores e servidores avançaremos nos processos de saneamento, regulatórios e um trabalho de excelência” destacou o arguido presidente Ricardo Coelho.

 

Papo Reto

 

· O que tirou a influencer Bruna Lorrane (foto) da solenidade de posse do prefeito reeleito de Ananindeua, Daniel Santos, não foi nada além do que ela mesma chama de “sensação do dever cumprido”.

 

· A rigor, Bruna “esperava mais” da administração Daniel Santos, além de tapinhas nas costas e suspeita-se que a “sensação de quero mais” deve ficar para terceiros, daqui a um tempo.

 

· Por R$ 171 milhões e, claro, sem licitação, o governo federal contratou emergencialmente empresa para reconstruir a ponte que, por desleixo do Dnit, virou pó entre o Maranhão e o Tocantins.

 

· A Vale bem que tentou procrastinar, mas acabou fechando acordo de R$ 17 bilhões com governo para renovar concessões de ferrovias.

 

· Na verdade, duas concessões chegaram a ser renovadas em 2020, ainda no governo Jair Bolsonaro, mas a atual gestão cobrava outorgas não pagas na repactuação.

 

· Os shopping-centers registraram alta de 5,5% nas vendas natalinas, diz a Associação Brasileira de Shopping Centers.

 

· A informação, no entanto, não é corroborada por uma enorme parcela de lojistas, que dizem ter amargado recuo significativo nas vendas.

 

· Acredite, 2024 fechou com os brasileiros tendo recolhido mais de R$3,6 trilhões em impostos, diz o Impostômetro da Associação Comercial de São Paulo.

 

· Deu no Congresso em Foco: em 14 das 26 capitais estaduais, os prefeitos que assumiram nesta quarta-feira começam o mandato com menos de 50% de vereadores da base em suas câmaras municipais.

 

· Os dados são de pesquisa realizada pelo cientista político Humberto Dantas, coordenador do Coletivo Legis-Ativo, em parceria com pós-graduandos em Ciência Política da Fesp-SP.


· Os pesquisadores apontam que, para efeitos de análise da governabilidade dos novos prefeitos, a aferição do desempenho das coligações nas eleições é o mais recomendado.

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