ara o bem ou para o mal - caso pensado ou não -, Edmilson Rodrigues deixou uma pequena “herança administrativa” para o sucessor Igor Normando, do MDB, incluindo o que se poderia chamar de “joia da coroa”. Explica-se.
Além de pelo menos um auxiliar do ex-prefeito ter sido nomeado por Igor Normando - André Cunha, que foi secretário de Turismo de 2021 a 2024, é secretário de Desenvolvimento Econômico -, fica encastelado na ilharga de nova gestão ninguém mais do que o ex-chefe de Gabinete de Edmilson Aldenor Jr, a “joia da coroa”, por assim dizer. Mesmo hoje, é impossível dissociar Edmilson e Aldenor, mas Igor Normando terá quatro anos para “engolir” essa herança.
Para todos os efeitos, tenha sido ou
não “manobra” de Edmilson Rodrigues, a Agência Reguladora de Belém, Arbel, que
diz que fiscaliza o fornecimento de água no município, passa a ser chamada de
"puxadinho" do Psol na gestão Normando. Teria sido o “jeitinho” que
Edmilson Rodrigues encontrou para abrigar pessoas da confiança dele na gestão
do MDB.
Na edição do dia 31 de dezembro de
2024 do Diário Oficial de Belém, página 32, estão as nomeações de Aldenor Jr.,
que era chefe de gabinete de Edmilson, e de Enize Vidigal, jornalista que
sempre assessorou a comunicação de Edmilson, para cargos DAS - com salários bem
altos, bem alto, diga-se de passagem -, na Arbel. Ele como ouvidor autárquico,
e ela, como chefe de Núcleo de Comunicação e Imprensa. As nomeações foram
assinadas pelo atual diretor-presidente da Agência, Ricardo Brandão Coelho, com
as nomeações valendo desde o dia 1 de janeiro de 2025.
Prazo de validade
A suposta manobra tem prazo de
validade: deve durar, pelo menos, quatro anos, uma vez que a direção da Arbel,
sendo uma autarquia, independe do prefeito que está no cargo, isto é, Ricardo
Coelho vai ficar no cargo até 2028, porque assumiu, depois de ter sido
sabatinado pelos vereadores da Câmara Municipal de Belém, em junho de 2024. A
quem interessar possa: a Arbel é um obscuro órgão da Prefeitura de Belém, tanto
que não “apita nada” na gestão, mas, pelo visto, também “não fez água”, como se
vê. O certo é que a herança deixada por Edmilson para Igor Normando soma um
total de nove nomeações, parte delas assinadas perto da virada do ano pelo
presidente da Agência Reguladora.
Pauta do dia
Não bastassem essas nomeações para
provar que Edmilson diz que foi, mas ficou aqui mesmo, há mais uma, de certo
modo bem delicada para quem é do ramo: Ed não exonerou nenhum integrante da
quase ex-Comus - todos os jornalistas continuam nomeados e estão no fio da
navalha, inclusive aqueles que foram mais ativistas do que jornalistas. Como
parece óbvio que o novo prefeito tem planos para acomodar os seus, há que abrir
espaço desacomodando os do ex-prefeito.
Arguição na Câmara
Veja o que disse a Arbel na página do
Instagram após a arguição na Câmara de Vereadores: A Câmara de Belém realizou
sessão de arguição dos novos dirigentes da Agência Reguladora de Belém (Arbel).
Esta sessão se faz necessária de acordo com a Lei 9.576/20.
A prefeitura apresentou os seguintes nomes aos cargos: Ricardo Brandão Coelho,
para o cargo de diretor-presidente; Georgina Tolosa Galvão, para o cargo de
diretora Autárquica e Valéria de Nazaré Santana Fidelis, para diretora
autárquica.
A lisura do processo de arguição foi atestada pelos vereadores de Belém, onde
os mesmos verificaram os requisitos exigidos dos nomes indicados a compor a
atual presidência e diretoria que ficarão à frente do órgão pelos próximos 4
anos.
“Estou satisfeito e grato pela oportunidade e desafio de conduzir essa pasta
nos preceitos da transparência e da honestidade. Vamos criar novos projetos
dentro das possibilidades e alcances legais. A Arbel já vem desenvolvendo suas
atividades integradas com o Poder Executivo para que Belém mantenha seu pleno
desenvolvimento. Tenho certeza que junto com os diretores e servidores
avançaremos nos processos de saneamento, regulatórios e um trabalho de
excelência” destacou o arguido presidente Ricardo Coelho.
Papo Reto
· O que tirou a influencer Bruna
Lorrane (foto) da solenidade de posse do prefeito reeleito de
Ananindeua, Daniel Santos, não foi nada além do que ela mesma chama de
“sensação do dever cumprido”.
· A rigor, Bruna “esperava
mais” da administração Daniel Santos, além de tapinhas nas costas e suspeita-se
que a “sensação de quero mais” deve ficar para terceiros, daqui a um tempo.
· Por R$ 171 milhões e, claro,
sem licitação, o governo federal contratou emergencialmente empresa para
reconstruir a ponte que, por desleixo do Dnit, virou pó entre o Maranhão e o
Tocantins.
· A Vale bem que tentou
procrastinar, mas acabou fechando acordo de R$ 17 bilhões com governo para
renovar concessões de ferrovias.
· Na verdade, duas concessões
chegaram a ser renovadas em 2020, ainda no governo Jair Bolsonaro, mas a atual
gestão cobrava outorgas não pagas na repactuação.
· Os shopping-centers
registraram alta de 5,5% nas vendas natalinas, diz a Associação Brasileira de
Shopping Centers.
· A informação, no entanto, não
é corroborada por uma enorme parcela de lojistas, que dizem ter amargado recuo
significativo nas vendas.
· Acredite, 2024 fechou com os
brasileiros tendo recolhido mais de R$3,6 trilhões em impostos, diz o
Impostômetro da Associação Comercial de São Paulo.
· Deu no Congresso em Foco: em
14 das 26 capitais estaduais, os prefeitos que assumiram nesta quarta-feira
começam o mandato com menos de 50% de vereadores da base em suas câmaras
municipais.
· Os dados são de pesquisa
realizada pelo cientista político Humberto Dantas, coordenador do Coletivo
Legis-Ativo, em parceria com pós-graduandos em Ciência Política da Fesp-SP.
· Os pesquisadores apontam que,
para efeitos de análise da governabilidade dos novos prefeitos, a aferição do
desempenho das coligações nas eleições é o mais recomendado.