Sinolac cobra transparência e ameaça romper convênio após Ministério da Agricultura travar projeto científico na Amazônia
o Oiapoque ao Chuí, negócios com a China pipocam: terras raras, minérios, pescado, portos - e até fertilizantes. No Pará, a Universidade Federal Rural da Amazônia (Ufra) resolveu “surfar a maré” e fechou um convênio com o governo chinês para testar biofertilizantes capazes de recuperar solos degradados na região. Mas, em vez de inovação, ganhou um pacote que mistura burocracia, notificações, licenças e silêncio oficial.
O projeto, firmado em 2023, previa pesquisas conjuntas com a Sinolac Amazônia Legal Inovação Tecnológica e instituições chinesas. A carga de fertilizantes, porém, está há mais de nove meses retida no Porto de Vila do Conde, em Barcarena, por decisão do Ministério da Agricultura, que barrou a liberação. Resultado: pesquisas paralisadas, prejuízo científico e diplomático e uma queda de braço que pode terminar em litígio.
Na última quarta-feira (1º), a Sinolac enviou notificação à Ufra exigindo acesso ao ofício do Ministério que suspendeu o acordo de parceria. A empresa reclama que a universidade não repassou nenhuma informação sobre o andamento dos processos, nem explicou como ficam as importações registradas em seu nome - em Belém e Paranaguá.
O CEO da Sinolac, Marcius Nei dos Santos, foi direto: sem transparência, há descumprimento contratual. E deu prazo de 15 dias corridos para a Ufra apresentar documentos e resultados da auditoria interna, além de marcar reunião emergencial com a Reitoria. Caso contrário, ameaça rescindir o convênio e acionar a Justiça por perdas e danos.
No meio do fogo cruzado está o professor Chen Lihua, indicado oficialmente pela ministra Luciana Santos, da Ciência e Tecnologia, para acompanhar o projeto. Ele está no Brasil desde março, mas sem insumo para trabalhar: o biofertilizante segue nos contêineres. Com isso, atividades de campo, teses e dissertações de pós-graduandos estão paralisadas.
O convênio previa que cada parte arcasse com seus custos e que a Ufra fosse responsável pelas importações. A Sinolac aponta que já houve teste com 500 quilos enviados de avião e aprovados, mas a negativa do Mapa travou os demais lotes. Enquanto isso, taxas de armazenagem passam de R$ 100 mil, e o prazo de validade do insumo corre: metade já se perdeu.
Para a Sinolac, a postura da Ufra “compromete diretamente o Plano de Trabalho, inviabilizando a execução do projeto”. Na prática, isso abre caminho para um cancelamento formal da parceria.
Se a ideia era recuperar solos degradados e fortalecer a imagem do Pará na vitrine internacional da ciência - até com demonstração prevista para a COP30 -, o resultado até aqui tem sido outro: um retrato de como boas intenções podem se transformar em nó górdio quando passam pelos portos e gabinetes brasileiros.
A Coluna Olavo Dutra pediu esclarecimentos e recebeu os seguintes esclarecimentos da reitoria da Universidade:
“A Universidade Federal Rural da Amazônia (Ufra) vem a público prestar esclarecimentos acerca das informações relacionadas à importação de “biofertilizantes” provenientes da China e à suspensão do Acordo de Cooperação Técnica (ACT), do qual a empresa Sinolac figura como uma das participantes.
A Ufra foi formalmente intimada pelo Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) sobre diversas inconsistências técnicas, documentais e de segurança fitossanitária constatadas nos processos relativos à importação dos biofertilizantes. Em atendimento às determinações do Mapa e com o objetivo de resguardar o interesse público e a integridade institucional, a Universidade suspendeu imediatamente o acordo, até que todos os questionamentos sejam devidamente apurados pelos órgãos competentes e concluídas as análises internas.
A empresa Sinolac foi comunicada administrativamente sobre a suspensão do instrumento e as razões que a motivaram. A Ufra esclarece que não detém informações de caráter exclusivo do Mapa ou de outros órgãos de fiscalização e investigação, motivo pelo qual não pode atender solicitações de acesso a documentos sob competência e guarda daqueles órgãos, que já atuam na investigação do caso.
A atual administração da Universidade, ao tomar ciência das notificações e intimação, atuou de forma imediata, transparente e diligente, buscando preservar a imagem da instituição e cumprir integralmente as determinações legais e administrativas impostas.
Cabe destacar que, segundo registros oficiais do Mapa, as tratativas que originaram o processo de importação e os atos administrativos correspondentes ocorreram durante a gestão anterior, sendo por ela negligenciado o envio correto das informações e a transparência dos processos junto ao Ministério da Agricultura.
A Ufra tomou as medidas administrativas e judiciais necessárias para reparar possíveis danos materiais ou morais decorrentes das inconsistências identificadas. A Universidade reafirma seu compromisso com a legalidade, a transparência e a boa governança pública, mantendo plena colaboração com o Mapa e demais órgãos federais até o completo esclarecimento dos fatos e a retomada segura do projeto”.
Assessoria de Comunicação
Universidade Federal Rural da Amazônia.
• A Prefeitura de Curionópolis, comandada pela prefeita Mariana Chamon, do MDB (foto), foi a vencedora do “Prêmio de Boas Práticas” do Tribunal de Contas dos Municípios (TCM), categoria “Equidade de Gênero e Raça”, com o projeto “Bordadeiras de Serra Pelada: Memória, Arte e Protagonismo Feminino”.
• Desenvolvido no Distrito de Serra Pelada, o projeto resgata saberes tradicionais de mulheres viúvas ou esquecidas pelo tempo depois que o ouro deixou de ser uma opção de renda na localidade. O prêmio foi entregue em cerimônia na Corte de Contas na última sexta, 3.
• A aluna Clara Gomes, 13 anos, estudante do 8º ano da Escola Municipal Gabriel Lage, vai representar a Rede Municipal de ensino de Belém na VI Conferência Nacional Infantojuvenil pelo Meio Ambiente. O evento vai acontecer em Luziânia, Goiás, de 06 a 10 de outubro.
• Organizada pelos Ministérios da Educação, do Meio Ambiente e Mudança do Clima e da Ciência, Tecnologia e Inovação, a conferência mobiliza escolas brasileiras do 6º ao 9º ano para realizar pesquisas e produção de conhecimento sobre as mudanças climáticas.
• Atenção: novo golpe na praça. E-mails e ligações telefônicas têm sido direcionados para estabelecimentos comerciais em nome da Secretaria de Saúde de Belém cobrando o pagamento de uma suposta 'taxa de inspeção sanitária'. A prefeitura desmente a cobrança e o orienta que as provas sejam encaminhadas à Polícia Civil.
• A queda de 60% no lucro do Banco do Brasil no 2º trimestre de 2025 escancarou um problema que os produtores rurais já vinham enfrentando: crédito está caro, restrito, cada vez mais difícil de acessar.
• O próprio banco reconheceu que a inadimplência no agronegócio atingiu recorde histórico, principalmente entre sojicultores, pecuaristas e produtores de todo o País.
Jornalista, natural de Belterra, oeste do Pará, com 48 anos de profissão e passagens pelos jornais A Província do Pará, Diário do Pará e O Liberal.
Comentários
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