O Conselho de Segurança da ONU marcou para esta segunda-feira a votação da proposta de resolução apresentada pelo Brasil para que um cessar-fogo humanitário seja estabelecido em Gaza, assim como a libertação dos reféns israelenses por parte do Hamas.
O voto ocorre à s 18 horas de Nova York (19h de BrasÃlia), numa sessão que está sendo considerada como um teste para as potências mundiais.
Depois de um fim de semana de intensas negociações, a esperança de diplomatas brasileiros é de que o texto seja equilibrado o suficiente para que nenhum dos membros permanentes do Conselho vetem. Mas o desafio não é pequeno: há sete anos nenhuma resolução sobre a crise entre palestinos e israelense
Na reunião desta segunda-feira, dois textos serão submetidos a uma consideração. O primeiro é o da Rússia, que pede a criação de um corredor humanitário. Mas não denuncia textualmente o Hamas. O documento deve sofrer resistência por parte dos EUA e europeus.
A aposta por um acordo vem do projeto alternativo negociado pelo Brasil. Numa das versões do texto, obtidas pelo UOL, a proposta condena os "ataques terroristas do Hamas" e pede a libertação dos reféns israelenses, num sinal claro por parte do Brasil para evitar um veto dos EUA.
Mas o texto também faz um apelo para que o governo de Benjamin Netanyahu abandone seu ultimato para que os palestinos deixem o norte da Faixa da Gaza.
O texto pede, acima de tudo, a criação de um "cessar-fogo humanitário" e o acesso às agências da ONU às populações mais necessitadas.
A avaliação do Brasil é de que o governo americano não aceitaria um texto sem que uma referência explÃcita de condenação ao Hamas seja incluÃda. Mas a questão seria como acomodar os interesses americanos e israelenses e, ao mesmo tempo, incluir no texto cobranças contra o governo de Tel Aviv. Sem isso, seriam os russos e chineses quem se recusariam a aceitar um texto.
O Brasil preside o Conselho de Segurança no mês de outubro e vê a oportunidade como um espaço para conseguir um protagonismo no debate sobre a guerra.
Fonte: UOL
Foto: UN Photo/Manuel ElÃas