Na última segunda-feira, 24, a Comissão de Avaliação de Condutas de Torcidas Organizadas e Segurança nos Grandes Eventos do Conselho de Segurança Público do Estado do Pará (CACTOSEG/CONSEP), presidida pelo promotor de Justiça José Maria Gomes dos Santos, reuniu-se no auditório das Promotorias de Justiça da Infância e Juventude de Belém, para avaliar e deliberar sobre as ocorrências registradas no jogo entre os times do Remo e Paysandu, ocorrido no dia 23 de fevereiro, no Estádio Olímpico do Mangueirão, pela 7ª rodada do Campeonato Paraense de Futebol.
A reunião sobre segurança do Consep analisou a organização do evento, concluindo que o fluxo de torcedores ocorreu sem grandes tumultos, as catracas funcionaram conforme o planejado e o controle de acesso para pessoas com deficiência e idosos, assim como para pais e mães acompanhados de filhos menores, ocorreu de maneira eficiente.
Entre as ocorrências registradas pelas forças de segurança e administração do estádio, estão tentativas de entrada com ingressos falsos, que foram impedidas pela segurança, e pequenos conflitos entre torcedores do mesmo time, que foram monitorados. Além disso, foi apreendida uma bolsa contendo vidro e petecas, e a Polícia Militar acompanhou a saída das torcidas organizadas.
Foi também identificado que a liberação de ingressos gratuitos para crianças gerou transtornos na entrada do setor destinado ao Clube do Remo, mas a situação foi rapidamente contornada. Já a proibição da presença de ambulantes no estacionamento melhorou a fluidez na entrada ao estádio. No entanto, verificou-se que torcedores do Paysandu arremessaram sinalizadores e bastões de fumaça em direção ao campo, atingindo parte da pista, o que levou a Comissão a reforçar a necessidade de punições rigorosas.
Diante dos acontecimentos, também foi debatida a necessidade de aprimorar a fiscalização por meio do uso de câmeras de reconhecimdento facial, para identificação de torcedores que descumprem normas de segurança.
Como resultado das infrações apuradas, a Comissão decidiu aplicar as seguintes punições às torcidas organizadas, que não poderão entrar nos jogos portando bonés, camisas, faixas ou qualquer outro tipo de identificação: a Torcida Bicolor (Paysandu) foi suspensa por seis jogos; as torcidas Pavilhão 6 e Piratas, por reincidência, receberam a mesma penalidade. Já a torcida Maior do Norte foi punida com suspensão por três jogos, por descumprimento de normas. Essas punições começarão a valer a partir de 26 de fevereiro de 2025, e as torcidas têm um prazo de 48 horas para apresentar defesa.
Além disso, a Polícia Civil está investigando um confronto ocorrido fora do estádio, e a Comissão decidirá sobre o caso após a conclusão do inquérito. Também foi constatado que a torcida Maior do Norte utilizou camisas que fazem alusão a torcidas já extintas (Remistas e Remoçada), contrariando decisão da 7ª Vara Cível da Capital. Como consequência, a Comissão determinou que esse material deveria ser impedido nos estádios, pois representa o descumprimento de uma decisão judicial.
A Comissão comunicou as deliberações à presidência do Conselho Estadual de Segurança (CONSEP) e expediu as notificações às torcidas punidas. Estiveram presentes os membros da comissão e os representantes da Polícia Federal, Polícia Civil, do Comando da Polícia Militar no RExPA, do Corpo de Bombeiros, da Federação Paraense de Futebol, da Secretaria de Estado de Esporte e Lazer, da Diretoria do Estádio Mangueirão, da Empresa de Segurança Mamute e dos Clubes do Remo e do Paysandu.
Fonte: MPPA
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