São Paulo, SP - Uma campanha para pressionar o presidente Lula (PT) contra a exploração de petróleo na Foz do Amazonas foi lançada na última quinta-feira. A intenção das organizações em defesa do meio ambiente é lotar a caixa de emails oficiais do Palácio do Planalto contra o projeto.
De acordo com a jornalista Mônica Bergamo, do jornal Folha de São Paulo, a iniciativa é coordenada pelas organizações Nossas, Cuíca, Movimento Amazônica de Pé e os institutos ClimaInfo, Arayara e Mapinguari.
As entidades criaram um site que permite aos apoiadores enviar mensagens manifestando-se contra a liberação de licenças ambientais de exploração petrolífera. Os emails cadastrados são os do Serviço de Informações ao Cidadão do Palácio do Planalto e o da assessoria de imprensa da Presidência da República.
O governo pressiona o Ibama (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis) para que o órgão autorize a exploração na área. O pedido para perfurar o local feito pela Petrobras já foi negado mais de uma vez.
A estatal vem buscando formas de atender às exigências do Ibama. O entendimento da área técnica, porém, é o de que as informações e medidas adicionais prestadas não foram capazes de afastar os riscos apontados.
A área energética do planalto e a Petrobras argumentam que a extração é essencial para substituir o declínio da produção do pré-sal na próxima década. O presidente Lula já chamou a análise feita pelo Ibama de "lenga-lenga".
Ambientalistas apontam que investir em novas fronteiras de petróleo vai na contramão de medidas necessárias para frear o aquecimento do planeta e que a região é sensível ambientalmente, com risco alto em caso de acidentes.
Segundo as organizações, o argumento econômico para o projeto "não se sustenta", pois traria "empregos de curta duração" e retorno demorado.
Elas também afirmam que os impactos socioambientais seriam "profundos e duradouros", podendo afetar águas internacionais, recifes de corais e comunidades tradicionais.
Foto: Greenpeace
(Com a Folha)