O presidente dos
Estados Unidos, Joe Biden, realizou na noite ontem, 7, seu terceiro discurso do
Estado da União, que ocorreu em meio à campanha pela presidência do país e a
uma série de desafios econômicos e políticos que colocam em xeque seu governo.
Biden começou seu discurso com uma piada: "Se eu fosse inteligente, iria
para casa". Mas logo disse aos presentes na Câmara que "somos nós que
enfrentamos um momento sem precedentes na história da União".
O presidente alertou que, desde o presidente Abraham Lincoln, a liberdade e a
democracia não estiveram sob ameaça nos EUA, mas, que "o que torna nosso
momento raro é que a liberdade e a democracia estão sob ataque tanto em casa
quanto no exterior ao mesmo tempo".
O líder americano instou os legisladores a aprovar o pacote de ajuda à Ucrânia,
que enfrenta dificuldades para se defender da agressão promovida pela Rússia.
Neste sentido, Biden aproveitou para criticar o ex-presidente Donald Trump, a
quem se referiu como "meu antecessor", por "se curvar para um
líder russo" em falas recentes que sugeriram que permitiria um ataque da
Rússia à Otan.
"É ultrajante. É perigoso. É inaceitável", disse o presidente.
Depois, Biden afirmou: "Minha mensagem ao Presidente Putin, a quem conheço
há muito tempo, é simples: não vamos nos curvar."
No seu discurso, o presidente disse que este é um momento para "falar a
verdade", não enterrar as mentiras sobre os eventos de 6 de janeiro, se
referindo à fatídica invasão ao Capitólio americano em 6 de janeiro de 2021 por
fanáticos apoiadores do ex-presidente Trump.
Segundo afirmou Biden, as falsidades sobre a eleição de 2020 representam a
maior ameaça à democracia desde a Guerra Civil.
Biden também falou sobre a decisão de 2022 da Suprema Corte americana de
derrubar a proteção nacional ao aborto legal (na decisão Roe v. Wade),
apontando as consequências negativas que a queda da proteção trouxe para as
mulheres. "Veja o caos", disse ele.
O presidente criticou os republicanos que prometeram aprovar uma proibição
nacional ao aborto: "Meu Deus, que outra liberdade vocês tirariam?"
Biden deu crédito à luta pelos direitos reprodutivos por impulsionar os
democratas à vitória nas eleições recentes, dizendo "vamos vencer
novamente em 2024." Ele prometeu restaurar as garantias ao direito ao
aborto, se o povo americano eleger um Congresso que "apoie o direito de
escolha".
A idade do presidente, a frustração generalizada com a economia, a crise na
fronteira com o México e as guerras na Ucrânia e em Gaza são algumas das
questões que mais tensionam o governo Biden
O Estado da União deve proporcionar a Biden a oportunidade de mostrar para o
publico americano suas propostas políticas com o objetivo de tentar ganhar, em
uma plataforma maior, o apoio dos americanos para liderar os EUA durante mais
quatro anos.
Como o único grande candidato democrata, Biden dominou as votações durante sua
campanha de reeleição nas primárias, mas o presidente de 81 anos buscará no
discurso de hoje convencer os americanos que tem um plano para superar os
principais problemas que afetam o país.
No ano anterior, o discurso do presidente foi direcionado para um Congresso
dividido, com o intuito de chamar à união de democratas e republicanos em um
consenso pela nação. Mas espera-se que, hoje, as palavras do presidente foquem
nas suas grandes diferenças com a plataforma política do Partido Republicano.
Fonte: Estadão conteúdo
Foto: Reprodução Instagram/ joebiden