Disputa

Às vésperas de julgamento, Belo Sun acusa ONGs de propagação de fakes news

Empresa tenta, há dez anos, tirar o Projeto Volta Grande do papel, mas ações impetradas por organizações sociais e pelo Ministério Público Federal têm impedido o início da atividades.

10/09/2023 18:18
Às vésperas de julgamento, Belo Sun acusa ONGs de propagação de fakes news

Às vésperas do julgamento que irá decidir o futuro do Projeto Volta Grande (PVG) de exploração de ouro na chamada Volta Grande do Xingu, no município de Senador José Porfírio, a responsável pelo projeto, a mineradora canadense Belo Sun, acusa diversas organizações sociais que atuam na região, sobretudo a Amazon Watch, de propagarem uma série de matérias requentadas e fake news sobre o projeto.


A intenção dessas organizações, de acordo com documento enviado pela Belo Sun à imprensa, é influenciar no resultado final do julgamento, previsto para acontecer nesta segunda-feira, 11, em Brasília, e que irá decidir sobre a competência do licenciamento ambiental do projeto, parado há mais de dez anos por uma série de ações impetradas no âmbito judicial por organizações sociais e pelo Ministério Público Federal (MPF).


Um dos argumentos mais defendidos pelas organizações contrárias ao projeto é de que as detonações com o uso de dinamites em Senador José Porfírio, área de exploração da mineradora, iriam comprometer, drasticamente, as estruturas da Usina de Belo Monte, localizadas a cerca de 40 km do projeto, no município de Vitória do Xingu.


Sobre o assunto, a Belo Sun pondera que “Não faz sentido nenhum acreditar que as detonações a mais de 40 km de distância sejam capazes de desestabilizar uma estrutura gigantesca feita de 3 milhões de toneladas de concreto e 160.000 toneladas de aço”.


A principal acusação da Belo Sun é contra a ONG Amazon Watch, organização sem fins lucrativos fundada em 1996 e que atua em parceria com diversas entidades de defesa dos povos indígenas e da floresta. Na página oficial da ONG, de fato, uma série de artigos acusam empresas canadense, entre elas a Belo Sun, de abusar de áreas territoriais com a exploração mineral e de petróleo em diversas partes do mundo. Inclusive na Amazônia.


“A Belo Sun entende que a mineração na Amazônia é controversa e acolhe discussões baseadas em fatos sobre como os riscos ambientais devem ser gerenciados e minimizados. No entanto, as invenções alarmistas e terroristas do tipo que está sendo propagado pela Amazon Watch e seus comparsas não fazem nada para promover um debate informado sobre o papel do desenvolvimento na região e as necessidades das pessoas que nela vivem”.


Caso a decisão judicial prevista para ser emitida nesta segunda-feira seja favorável à empresa canadense, os trabalhos de exploração mineral na Volta Grande do Xingu terão início imediato, já que a estrutura para as ações da Belo Sun no local aguardam por uma liberação há cerca de dez anos.


“Acreditamos no diálogo aberto e na colaboração com os meios de comunicação para garantir informações precisas e responsáveis. Uma perspectiva equilibrada contribuiria muito mais para um discurso público construtivo sobre estas importantes questões, do que as fake news que a Amazon Watch e seus comparsas publicam por aí. Quais são os verdadeiros interesses por trás da Amazon Watch?”, encerra a nota.

Mais matérias Cidades