s cenas de violência registradas
em vídeos ontem à noite na área central de Marituba, Região Metropolitana de
Belém, jogam definitivamente por terra a noção segundo a qual a gestão da
cidade é feita na base de “paz, amor e festança brega”, como pretende fazer
crer a prefeita Patrícia Alencar, do MDB. Por óbvio, o acionamento do
‘protocolo de truculência’ contra a manifestação política pacífica do candidato
Everaldo Aleixo não deve ser atribuído à prefeita, mas, à luz do ditado
popular, “amarra-se o burro aonde o dono manda”.
Quem deu a ordem?
Relatos apontam que agentes de
trânsito resolveram trabalhar à noite, justamente no horário da caminhada
política, multando e a pretexto de organizar o uso dos espaços públicos por
veículos, barracas e ambulantes - o que não é comum nas ruas centrais da cidade
durante os 360 dias do ano. Além do mais, esses agentes não usam “spray” de
pimenta nas ações de fiscalização. Então, quem autorizou o uso e por quê? O
resultado da truculência explodiu no atendimento de vítimas nas unidades de
saúde.
Cidade é uma festa
A prefeita Patrícia Alencar é
candidata à reeleição e aparece como favorita. Seus concorrentes na disputa
pelo comando da Prefeitura de Marituba não parecem ter a mesma empatia da
população do município com a prefeita, que se notabilizou, a par do trabalho
executado duvidoso nos últimos quatro anos, pela comprovada habilidade no uso
das redes sociais, o que faz dela uma influenciadora digital, mas, sobretudo,
uma gestora do tipo “festeira”. Para seus seguidores, Marituba é uma festa e
não se quer outra coisa.
Seus concorrentes mais destacados
não chegam nem perto da prefeita nesses itens: Marília Mello e Everaldo Aleixo
passam a ideia, para os bons observadores, de que estão na disputa por uma
conveniência inconfessável - como se sabe, política também é a arte de
negociar.
Além dos limites
Caminhadas e discursos políticos
envolvendo os adversários da prefeita Patrícia Alencar são tão insossos que
dariam sono geral, não tivessem eles a atenção da parte mínima da população que
deseja algo mais além de festas, notas e imagens rebuscadas da prefeita com
gente ‘famosa’ - Deolane Bezerra, por exemplo. Nem mesmo os elogios rasgados do
governador Helder Barbalho à gestão de obras de R$ 1,99 deveriam calar a
oposição à prefeita, mas nada justifica desmantelar uma manifestação política
pacífica onde aparecem até crianças com uso de “spray” de pimenta. A decisão
excede todos limites políticos pelo simples fato de que a autoridade pública é
quem patrocina a violência.
Nem precisa investigar; deixa quieto, como manda a praxe.