São Paulo, SP - Em um cenário de juros altos e inflação persistente, a busca por crédito continua a ser uma preocupação para os brasileiros. Em pesquisa realizada pela fintech meutudo, com 11.348 participantes, os dados revelam tanto a disposição dos consumidores em contrair empréstimos em 2025 quanto o nível de informação que possuem sobre as novas regras do crédito consignado, que começam a valer no próximo ano.
Segundo a pesquisa, 43% dos entrevistados pretendem solicitar empréstimos em 2025. A principal razão é o endividamento, com 44% dos participantes afirmando que o crédito será usado para quitar dívidas. Entre as modalidades preferidas, 53% optam por empréstimo pessoal, 24% pelo crédito consignado e 9% buscam alternativas para autônomos. A escolha do empréstimo leva em conta principalmente o valor disponível (35%), o valor das parcelas (25%) e as taxas de juros (24%).
Para o economista Márcio Feitoza, o comportamento reflete uma realidade econômica de desafios no orçamento pessoal, em que muitos recorrem ao crédito para resolver pendências financeiras.
"O fato de o empréstimo pessoal ser a modalidade preferida pelos entrevistados aponta para uma realidade preocupante: muitos clientes podem estar recorrendo a essa alternativa por falta de acesso ou conhecimento sobre linhas de crédito mais eficientes, como o crédito consignado. Essa escolha, embora compreensível, pode não ser a ideal para quem busca reestruturar suas dívidas de forma mais sustentável. É crucial que instituições financeiras e plataformas de crédito invistam em educação financeira e facilitem o acesso a opções mais vantajosas, auxiliando os clientes a tomar decisões que realmente contribuam para a melhoria de sua saúde financeira."
Apesar do crescimento da intenção de contratar empréstimos, um dado importante chama a atenção: 46% dos entrevistados não sabem das mudanças nas regras do crédito consignado que entram em vigor em 2025. A partir de janeiro, beneficiários do INSS poderão solicitar o consignado antes do prazo de 90 dias no banco onde será pago o benefício. A margem consignável permanece em 45% do benefício.
“A alteração nas regras do crédito consignado é uma tentativa de dar mais liberdade para os beneficiários acessarem o crédito, mas a falta de conhecimento pode levar a decisões financeiras impensadas. Para que a medida seja eficaz, as instituições devem garantir que a população seja bem orientada sobre o novo processo a partir do ano que vem”, reforça Feitoza.
Foto: Antônio Cruz/Agência Brasil